O caminhoneiro Marcos Aurélio Pedroso, conhecido como “Passarinho”, viveu durante vários anos nas estradas brasileiras. Porém, nos últimos tempos, ele tem se dedicado mais ao artesanato. Ele produz réplicas de igrejas e locais públicos de Irati, além de outros artefatos, como carros e caminhões, sob encomenda.
Todas as esculturas de Passarinho são feitas em madeira. Entre seus principais trabalhos, estão as cinco paróquias de Irati, uma réplica do Parque da Vila e do Morro da Santa e as igrejas de Itapará e Gonçalves Júnior.
Foto: Arquivo pessoal
Em entrevista durante o programa Espaço Cidadão, Passarinho contou que começou a produzir esculturas de igrejas e locais públicos por incentivo do engenheiro Dagoberto Waydzik e do prefeito Jorge Derbli, que o convidou para reproduzir as igrejas católicas iratienses.
“Eu tive convite do prefeito para fazer as maquetes das paróquias para a Casa da Cultura. Primeiramente, foi a Nossa Senhora da Luz: fizemos o projeto, fui até lá com o Dagoberto (Waydzik, engenheiro), tiramos fotos e pegamos as medidas, ele sempre me ajuda nestes detalhes. Começamos, fizemos uma para ficar exposta na Casa da Cultura e outra que está na Paróquia. Depois fiz a Igreja Assunção de Nossa Senhora, em Itapará. Aquela foi difícil por causa das cúpulas, mas ficou muito linda e está exposta na Casa da Cultura. As seguintes foram a São Miguel, a Perpétuo Socorro, a São João Batista e a ucraniana do Padre Dionísio”, frisou.
Foto: Arquivo pessoal
Mesmo com muitos detalhes e dando mais trabalho, as réplicas de capelas antigas, cheias de detalhes, ficam muito bonitas, segundo Passarinho. “Estas capelas antigas têm bastante detalhes e é bonito de ver. As igrejas mais novas são feitas de barracão pré-moldado e não têm aqueles detalhes, como a São Miguel e a Nossa Senhora da Luz, que têm bastante detalhes e ficam bonitas mesmo”, contou.
Antes das igrejas, Passarinho começou a produzir caminhões a pedido de seus amigos. Uma das esculturas foi doada e sorteada na Festa de São Cristóvão do ano passado. “Na verdade, eu comecei nos caminhõezinhos, fazendo para os amigos. Um dia, et estava fazendo reciclagem de carteira e me encontrei com o Dagoberto. Na segunda-feira, ele chegou lá em casa e pediu que eu fizesse a maquete. Ele levou e mostrou para o Jorge e tudo ali começou. Eu comecei a fazer as maquetes para a Casa da Cultura e já conversava com o pessoal das paróquias e fazia outras maquetes para ficarem nas igrejas. Temos mais projetos a serem feitos”, comentou.
Método de trabalho – O artesão conta que faz as obras somente observando e reproduzindo os modelos. “Todo caminhão eu olho na foto e faço, é tudo no olhômetro. Faço qualquer modelo, mas tenho mais experiência com caminhão. Eu fiz uma Caravan modelo 1979 para o meu amigo Júnior da funerária, mas tive que fazer duas: a primeira eu não acertei bem, mas a segunda ficou melhor. Não ficou exatamente igual porque é trabalho artesanal, feito com serrinha e lixadeira. Eu não tenho máquina especializada, eu olho na foto e tento fazer igual”, frisou.
Marcos é extremamente detalhista em seus trabalhos e reproduz fielmente tudo aquilo que ele vê, valorizando a cultura iratiense. O artesão utiliza apenas madeira de pinheiro, Eucatex e outros acessórios para produzir as peças e enfatiza que seu trabalho é 100% artesanal. “Ele não fica bem perfeito, mas se aproxima”, comentou.
Foto: Arquivo pessoal
Outros trabalhos – Passarinho contou como foram feitas as outras maquetes encomendadas pela Prefeitura de Irati. “Lá do Morro da Santa, quando teve as celebrações com os padres, eu fiz a doação da maquete da imagem e ficou muito linda. Esta imagem veio de Aparecida: no dia em que eu viajei para lá, trouxe a imagem, foi feita a maquete e doada lá mesmo. Na Casa da Cultura tem todas as igrejas católicas, falta agora a Igreja Evangélica”, pontuou.
Assembleia de Deus e Casa da Cultura – O artesão também está elaborando uma maquete da sede da Igreja Evangélica Assembleia de Deus de Irati, que já está em andamento. Porém, antes, Passarinho deve entregar uma réplica da Casa da Cultura. “Já estivemos lá com o Dagoberto, fizemos as medidas e fotos para entrarmos no projeto e começarmos a construir (a Casa da Cultura)”, destacou.
Aeroporto – Passarinho também fez um projeto do futuro aeródromo de Fernandes Pinheiro, que foi entregue à prefeita Cleonice Schuck. Além disso, o artesão já enviou diversos trabalhos para vários estados do Brasil.
Reportagem: Najuá