Uma lagoa surgiu na faixa de areia da Praia Central de Balneário Camboriú, no Litoral Norte, alargada há 11 meses. A água ficou acumulada na região da Barra Sul, na mesma área em que um “degrau” se formou há cerca de duas semanas.
Em imagens compartilhadas nas redes sociais é possível ver uma laguna formada entre o mar e a faixa de areia na terça-feira (1º). Na quarta-feira (2), imagens captadas pelas câmeras da prefeitura mostravam a redução da água no local, mas ainda flagravam pequenas lagoas na região.
O fenômeno ocorre em dias de ressaca do mar, durante períodos mais frios, e faz parte do processo de estabilização da praia, segundo o engenheiro e diretor de planejamento e gestão orçamentária do município, Toni Fausto Frainer.
“É normal, neste tipo de obra, que ocorram esses fenômenos. Após o alargamento, é necessário este período de conformidade. Dependemos da natureza para a praia entrar em equilíbrio após eventos com energia de ondas mais intensas [ressaca]”, explicou.
Ainda, conforme o engenheiro, já havia previsão para a formação de lagunas e, até mesmo, de degraus na região.
“Tanto que dos 5.800 metros de extensão de Praia Central somente nesta região surgem algumas lagoas pequenas que se formam em período curto. O próprio movimento do mar cobre as mesmas”, disse.
Para o oceanógrafo Jules Soto, que também é curador do Museu Oceanográfico da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), houve um ganho para o município após o alargamento. O especialista também diz que não vê problemas na formação de lagunas.
“Isso é um fenômeno natural de todas as praias arenosas, umas mais, outras menos. Existe também um processo de acomodação da dinâmica de praia, em relação a tornar mais natural o trabalho que foi feito artificialmente. Então não quer dizer que da forma como foi feito vai ficar para sempre”, afirmou.