A Polícia Civil de Porto União, que está investigando o caso do duplo homicídio de Ivo Romano Lerner e Ana Rita Zanella, ainda não descarta a possibilidade de que o principal suspeito do crime, Marcelo Lerner, filho e enteado de Ivo e Ana Rita, tenha agido com a participação de cúmplices.
Conforme o delegado responsável pelo caso, Eduardo de Mendonça, ainda que a possibilidade seja remota no que diz respeito a participação de outras pessoas no momento da execução do crime, as autoridades ainda não a descartaram.
A Polícia aguarda a perícia no aparelho celular de Marcelo para averiguar possíveis trocas de mensagens que comprovem ou não a teoria da participação de mais alguém como cúmplice intelectual no duplo homicídio.
MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS
Informações já divulgadas pela Polícia Civil apontam que Marcelo teria sacado valores que poderiam chegar a R$ 17 mil de contas relacionadas ao casal assassinado. Essa informação ainda será, ou não, confirmada quando as autoridades receberem as imagens dos momentos dos saques que já foram solicitadas aos bancos.
Já foi confirmada, no entanto, a informação de que Marcelo estava com cartões bancários dos dois e que realizou compras em diversos estabelecimentos com eles. No momento da prisão do suspeito, ele estava com a quantia de R$ 3 mil em dinheiro em uma mochila.
COMPANHEIRA DE SÃO PAULO
O álibi apresentado por Marcelo no momento de seu depoimento, ainda na quinta-feira, 26, mesmo dia em que os corpos de seu pai e de sua madrasta foram encontradas enterrados nos fundos do terreno de propriedade deles, era de que ele estava na casa de uma ex-namorada quando os crimes teriam acontecido. A versão logo foi descartada pelas autoridades, pois assim que ouvida por investigadores, a mulher alegou e comprovou que estava em Curitiba naquela data.
Informações repassadas pelo delegado Eduardo de Mendonça apontam que Marcelo mostrou interesse em se comunicar com apenas uma pessoa desde o momento em que foi detido: uma suposta namorada que mora em São Paulo.
O suspeito ainda nega que tenha cometido o crime e, mais de uma vez, pediu às autoridades para que entrassem em contato com a tal companheira que reside em São Paulo, cidade para onde ele viajaria no dia em que os corpos foram encontrados. Ele tinha passagem aérea para a capital paulista em sua bolsa quando foi preso. Os investigadores constataram que a mulher não estava em Porto União no momento em que os crimes teriam acontecido, mas até o momento não conseguiram localizá-la e nem entrar em contato com ela.
A passagem para São Paulo era datada para aquele mesmo dia, quinta-feira, 26.
ATIRADOR
Ainda que a Polícia Civil esteja aguardando o laudo oficial que possa precisar a causa da morte do casal, há indícios de que os dois foram mortos a tiros enquanto dormiam na noite do domingo, 22. Ivo tinha marca de um tiro na cabeça e Ana Rita a marca de um tiro no peito. “Se houve mais tiros ainda não temos o laudo cadavérico concluído”, diz o delegado. A espingarda apreendida na casa de Marcelo era legalizada e registrada em seu nome. O suspeito de assassinato tinha autorização de posse de arma de fogo.