A família do adolescente Victor Nizer, de 16 anos, que morreu após ser baleado na Vila Bom Jesus, procurou a reportagem do Portal RDX por conta da demora da liberação do corpo junto ao Instituto Médico Legal (IML). O jovem foi morto por volta de 22h de sexta-feira, mas o velório teve início somente por volta de 1h da madrugada de domingo (4).
Conforme informações apuradas pela RDX, o crime ocorreu por volta de 22h de sexta-feira, e o corpo foi recolhido às 3h da madrugada de sábado (3), ou seja, cinco horas após a ocorrência. Em seguida, ele foi encaminhado ao Instituto Médico Legal de União da Vitória, depois para o IML de Pato Branco e novamente foi encaminhado ao IML de União da Vitória, de onde aconteceu a liberação no sábado à noite, por volta de 19h30. O velório teve início somente na madrugada de domingo (4), por volta de 1h da madrugada, ou seja, somente após 27 horas depois do crime acontecer.
A reportagem do Portal RDX entrou em contato com o setor de Comunicação do Instituto Médico Legal, que se manifestou através de uma nota oficial. Confira abaixo.
A Polícia Científica do Paraná informa que realmente ocorreu o translado do referido corpo da UETC de União da Vitória para a UETC de Pato Branco para realização da necropsia por conta de articulação operacional. Informa ainda que tal movimentação não causou nenhum prejuízo em relação à liberação do corpo, sendo que o mesmo foi liberado no dia em que deu entrada na unidade. Salientamos que a necropsia, no âmbito criminal, tem o objetivo de esclarecer o fato e dar subsídios para a investigação da infração penal, trazendo elementos importantes para que o estado cumpra seu dever-direito de elucidar e apontar a autoria dos crimes. Para realizar o trabalho com excelência, comumente o perito necessita realizar exames complementares (radiologia, toxicologia, patologia, DNA, etc.), sendo necessário tempo para o profissional atender as normas e prazos legais. A título de exemplo, em outros países é comum um cadáver vítima de morte violenta demorar dias, semanas e até meses para ser liberado, pois há o entendimento consolidado da importância do ato pericial para esclarecimento do fato. Por fim, existe uma questão burocrática que deve ser vencida para a liberação do cadáver, fruto de legislações municipais, estaduais e federais sobre o tema. Todos estes procedimentos visam apurar o crime, garantir a correta identificação do cadáver e avalizar que a documentação relacionada ao fato está de acordo para futuras demandas que envolvem a certidão de óbito, seguros e heranças, por exemplo. Portanto, o corpo que adentra o necrotério da Polícia Científica deve ser tratado com a cautela e importância necessária para o esclarecimento da infração penal à qual está relacionado. A Polícia Científica, apesar do Código de Processo Penal impor o prazo mínimo de 6 horas para início do exame e de 10 dias para conclusão (prorrogável), trabalha para que todos os procedimentos sejam realizados de forma célere, porém garantindo a excelência técnica dos atos periciais.