

Um mês depois, a família de Isis Victoria Mizerski Ribeiro, de 17 anos, ainda não sabe o que aconteceu. A adolescente desapareceu no dia 6 de junho, em Tibagi, na região dos Campos Gerais. Marcos Vagner de Souza, de 35 anos, foi preso 11 dias depois suspeito por envolvimento no crime. Nesta sexta-feira (5), a mãe de Isis se reuniu com o alto comando da segurança pública estadual, que teria feito o ‘compromisso’ de resolver o caso.
De acordo com o advogado que representa a família de Isis, Claudio Dalledone, o encontro reuniu o secretário de estado da Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira, bem como os comandantes das polícias Civil, Militar e Científica, além do Corpo de Bombeiros.
“Há um compromisso de todas essas autoridades, que representam o Governo do Estado, e por conseguinte, a preocupação direta do governador [Ratinho Junior] em resolver esse caso. A família saiu contente, porque não há nada que já não tenha sido feito. Não há como esse fato sair impune e não existe nenhuma possibilidade de o suspeito se ver libertado por agora”, disse.
Na última semana, o delegado Jonas Avelar deixou o caso ao entrar de férias. Segundo a Polícia Civil, quem passou a coordenar a investigação foi o delegado Matheus Campos Duarte.
O caso
Isis desapareceu no dia 6 de junho, uma quinta-feira, após contar para a irmã e uma prima que iria se encontrar com Marcos para resolver questões sobre uma gravidez. A adolescente descobriu há pouco tempo a gestação. O vigilante, casado e pai de três filhos, mantinha um relacionamento extraconjugal com a garota.
“Marcos foi a última pessoa a estar com a vítima antes do seu desaparecimento e alguns prints demonstram que ele estava muito insatisfeito com a gravidez dessa adolescente”, disse o delegado Jonas Avelar na época.
Antes de sumir, Isis enviou para a família com a localização pelo celular. A polícia informou que essa mensagem foi apagada logo depois e que na sequência o aparelho foi desligado.
Inicialmente, Marcos negou ter encontrado Isis. Depois mudou a versão, porque câmeras de segurança da cidade mostraram ele e a jovem juntos.
“Interrogado, Marcos confirmou o encontro, porém disse que só foi deixar a adolescente próximo da Avenida São José e em seguida retornou. Fato que também chamou a atenção das investigações, porque através de coleta de imagens foi possível perceber que Marcos demorou em torno de uma hora para retornar”, afirmou Avelar.
Com a quebra de sigilo telemático, foi possível verificar que o celular de Isis emitiu sinal pela última vez em Telêmaco Borba, próximo a uma estrada chamada Mandaçaia. De acordo com o delegado, Marcos esteve nessa região de mata duas vezes depois do sumiço da adolescente.
O Corpo de Bombeiros fez buscas nessa área, com apoio de cães farejadores e drone, mas nada encontrou.
“Um fato que chamou a atenção das investigações foi a questão de o Marcos ter ido nessa localidade nos dias 7 e 8 de junho no mesmo local em que deu a localização do aparelho celular da vítima”, detalhou o delegado.
Na casa de Marcos, a polícia apreendeu três celulares, um notebook, uma pistola calibre 380, munições e o carro realizado para o encontro com a adolescente.
A família de Isis ofereceu uma recompensa de R$ 1 mil para informações que levem até o paradeiro dela.
“Nós estamos atrás e até oferecemos uma recompensa de R$ 1 mil para passarem informações que levem até ela […] Nossa família encontra-se muito abalada e aflita. Ela tem 17 anos apenas, infelizmente engravidou desse sujeito e ele veio a fazer algo contra ela. A última pessoa que esteve com ela foi ele”, lamentou Rodrigo Mizerski, tio de Isis.