O Batalhão de Polícia Ambiental-Força Verde (BPAMB-FV) atuou fortemente na proteção da fauna de rios e bacias hidrográficas durante o período da Piracema – época de reprodução de diversas espécies nativas de peixes – com o objetivo de coibir a pesca predatória. No período de cerca de quatro meses foram apreendidos pelo batalhão mais de 17,8 mil metros de redes de pesca, 465 quilos de peixes, 320 quilos de camarões e outros itens utilizados na pesca ilegal.
De acordo com o subcomandante da 5° Companhia do BPAMB-FV, tenente João Vitor Arnas de Miranda, durante a Piracema o batalhão ambiental desenvolveu um trabalho de policiamento, tanto por terra quanto por água. “Para que, desta forma, a gente pudesse assegurar a reprodução das espécies de peixes, para que as gerações vindouras possam desfrutar de um ecossistema equilibrado”, explica.
A Piracema, que iniciou em 1º de novembro de 2021 e terminou na penúltima segunda-feira (28), é um fenômeno natural que ocorre em um período de aproximadamente quatro meses, no qual determinadas espécies fazem um movimento migratório contra a correnteza do rio para buscar as nascentes e locais mais adequados para fazer seu ciclo de reprodução completo.
NA PRÁTICA – A ação do Batalhão de Polícia Ambiental, por meio das cinco companhias, resultou na apreensão de 320 quilos de camarão, 465 quilos de peixes de diversas espécies e 444 caranguejos. No total, foram registradas 162 ocorrências de pesca irregular e apreendidos, ainda, 17.873 metros de rede e 44 tarrafas.
Para preservar este ciclo de reprodução, a Polícia Ambiental reforça o combate aos crimes de pesca ilegal, com foco nas bacias dos rios Paraná e Iguaçu. As equipes também desenvolvem um trabalho preventivo de educação e orientação aos pescadores e ribeirinhos sobre os cuidados necessários com relação à pesca nestes períodos e locais específicos.
“Temos percebido, inclusive, que a incidência das redes instaladas de maneira irregular tem diminuído gradativamente, fato que acontece em decorrência da conscientização da população, ano a ano, e à efetividade do nosso trabalho preventivo, que desde sempre visa evitar que esses crimes ocorram”, afirma o tenente Arnas.
Os trabalhos de fiscalização do BPAMB foram mais intensos nas proximidades de barragens, pois durante a Piracema os peixes que fazem esse movimento migratório são obrigados a depositar seus ovos na beirada dessas estruturas, justamente por não conseguirem ultrapassar este ponto. Por isso, o local os deixa extremamente vulneráveis à pesca predatória e a intervenção da Polícia Ambiental é crucial para sua proteção.
Durante esse período, as autoridades ambientais editam as portarias que proíbem a prática da pesca em determinados locais. Também é tabelado o tamanho mínimo dos peixes que podem ser capturados porque a pesca dos mais jovens, que ainda não tiveram tempo de perpetuar sua espécie, prejudica o desenvolvimento linear do ecossistema do rio.
Caso o cidadão tenha conhecimento de qualquer crime ambiental que envolva pesca e caça predatórias, ou mesmo desmatamento, deve entrar em contato com o Disque Denúncia 181. A denúncia é feita anonimamente e pode ser também pelo SITE. Quanto mais informações foram passadas, melhor será o direcionamento inicial da polícia neste tipo de situação.
PENALIDADE – Pesca em local proibido e a captura de peixes de tamanho inferior ao permitido podem resultar em prisão de um a três anos e gerar uma multa mínima de R$ 1,2 mil, que aumentam conforme a gravidade do caso.
Com informações AEN