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segunda-feira, novembro 25, 2024
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Arqueólogo descobre vestígios de ocupação humana de quase 4 mil anos em São Mateus do Sul

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Materiais eram utilizados pelos povos Itararés, conhecidos na fabricação de facas e vasilhames.

Durante o trabalho de escavações em um terreno na Vila Pinheirinho, em São Mateus do Sul, um arqueólogo constatou vestígios de ocupação humana, ou seja, um sítio arqueológico.

Foram encontrados materiais cerâmicos relativamente pequenos, utilizados pelos povos Itararés, com paredes finas e coloração escura, associados muitas vezes à feições construídas em terra, como depressões, aterros, cordões de terra e montículos.

A descoberta aconteceu durante o trabalho do arqueólogo Felipe Roger Alves Glória, que possui uma empresa na cidade de Paranavaí, e que está realizando um trabalho em São Mateus do Sul. “Localizamos nessa região, que é um ponto alto e próximo ao Rio Taquaral, alguns fragmentos que geralmente os ‘Itararés’ fabricavam, como pedras lascadas que eram utilizadas como facas e vasilhames, entre outras que eram usadas como ferramentas. Acredito que eles estiveram entre 3800 à 400 anos atrás, onde todo esse material coletado irá para um laboratório, que irá dar essa data aproximada”, diz.

Podemos afirmar que foi o início de tudo, na era da pedra lascada.

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Trabalho de escavação acontece na região da Vila Pinheirinho. Foto: Cláudia Burdzinski/Portal RDX.

O pesquisador analisa que a fabricação e utilização dessas pedras, foi de extrema importância para o desenvolvimento da humanidade, na criação de novas tecnologias. “Podemos afirmar que foi o início de tudo, na era da pedra lascada. Naquele tempo não adiantava apenas correr atrás de um animal, tinha que ter uma estratégia, uma maneira de matá-lo, com um arco e flecha, uma armadilha, por exemplo. Através disso, a mente humana se desenvolveu e chegamos à tecnologia que temos atualmente, como o carro, celular,”, compara.

Foto: Cláudia Burzinski/Portal RDX
Foto: Cláudia Burzinski/Portal RDX

O arqueólogo diz que, antes de ser aterrada, a região era bastante propícia para a ocupação temporária de povos que viviam da caça, pesca e coleta. “Regiões iguais a essa [Vila Pinheirinho] eram os locais principais escolhidos pelos povos primitivos não agricultores para ocupação temporária”.

O material coletado em São Mateus do Sul, deve ser encaminhado ao laboratório Universidade Estadual de Maringá (UEM), onde ficará disponível para qualquer pesquisador. Em seguida, será feito um relatório com imagens, vídeos e textos, para serem apresentados à estudantes em escolas do Paraná. Devido à pandemia da Covid-19, esse trabalho deverá ser apresentado através de vídeo-aulas.

Foto: Cláudia Burzinski/Portal RDX

O local

O terreno mede cerca de sete hectares e foi adquirido na década de 60 por Carlos Luiz Alves, hoje com 87 anos. Com o tempo, o local foi arrendado para plantação de lavoura, na plantação de soja. Uma das proprietárias, Patricia Villela Alves Musialak afirma que se sentiu surpresa, e ao mesmo tempo feliz, pela descoberta dos fragmentos. “Sabemos que os povos indígenas escolhiam os melhores locais para se abrigar, e encontrar esses materiais aqui, é motivo de privilégio. Estamos loteando esse local para a construção de um residencial, que levará o nome de Colinas do Iguaçu, já que é mencionado no hino do nosso município. Pensamos até em incluir o nome ‘Itararé’, porém o nome já estava registrado”, conta.

Ouça a entrevista em áudio

Edinei Cruz
Edinei Cruz
Repórter e Locutor da RDX FMInstagram: @edineicruzsms

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