O relacionamento entre Franciele Cordeiro e Silva e Dyegho Henrique Almeida da Silva durou cerca de um ano e foi marcado por brigas, discussões e Boletins de Ocorrência (BO). Na última sexta-feira (9), a mulher registrou a última denúncia contra o soldado da Polícia Militar do Paraná (PMPR). A vítima recebeu ameaças, ouviu que “não sabia do que ele (ex-marido) era capaz de fazer” e quatro dias depois foi assassinada no bairro Rebouças, em Curitiba. As informações foram obtidas pelo Ric Mais.
O crime chocou a capital paranaense na noite desta terça-feira (13). Por volta das 17h, Dyegho abordou o carro da ex e disparou cerca de oito vezes contra o veículo da mulher. Após os disparos, o suspeito manteve o corpo dentro do automóvel por aproximadamente quatro horas. Segundo a PMPR, por volta das 21h30, o soldado tirou a própria vida.
O policial estava afastado das atividades profissionais e retornou ao trabalho nesta terça-feira (13), dia em que pegou novamente a arma da corporação. Poucas horas depois, o armamento foi utilizado para tirar a vida da ex-companheira. Também nesta terça (13), Franciele esteve na corregedoria da PMPR para relatar ameaças.
Relacionamento marcado por brigas
Franciele e Dyegho terminaram o relacionamento em agosto deste ano, entretanto, durante o período que estiveram juntos protagonizaram muitas brigas. No ano passado, uma das discussões terminou com um colchão queimado no apartamento do casal, após problemas de convivência.
Em maio deste ano, pelo menos dois Boletins de Ocorrência foram registrados envolvendo Franciele e Dyegho. Em ambos, a motivação seria brigas por causa da divisão de bens na separação.
O último boletim de ocorrência foi registrado por Franciele no dia 9 de setembro, quatro dias antes do crime. Na ocasião, a mulher revelou que estava sofrendo ameaças do ex-companheiro e visualizou o suspeito fazendo rondas perto do apartamento onde morava. A mulher ainda relatou que não estava mais dormindo na residência por medo de Dyegho.
Na denúncia, Franciele ainda revelou que Dyegho utilizou medicamento abortivo em pelo menos duas oportunidades para tentar retirar a filha que o casal esperava. Na primeira tentativa, em outubro do ano passado, quando Franciele estava grávida de dois meses, a vítima percebeu a ação e conseguiu impedir o aborto. Entretanto, em uma nova tentativa, agora com a grávida no sétimo mês de gestação, em março deste ano, a mulher teve sangramentos e o bebê nasceu prematuro. Cinco dias depois a criança não resistiu.