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Na quinta-feira (16), foi à júri popular Antônio Ribeiro Huk, acusado pela tentativa de feminicídio contra sua ex-mulher. O crime aconteceu no dia 26 de junho de 2021 na localidade de Porto Ribeiro, interior de São Mateus do Sul.
Participaram do júri popular os sete jurados (cinco mulheres e dois homens), advogado de defesa, Ministério Público – por meio do Promotor Substituto Rodrigo Sanches Martins -, e juiz criminal Ricardo Piovesan. O acusado foi condenado a 18 anos, 4 meses e 15 dias de reclusão em regime fechado. No momento o acusado encontra-se preso em Foz do Iguaçu.
Ele foi condenado pelo crime de tentativa de homicídio, com as qualificadoras do feminicídio, motivo fútil e do recurso que impossibilitou a defesa da vítima (artigo 121, § 2°, inc. II, IV e VI c/c § 2º-A, inc. I e §7º, inciso III, na forma do art. 14, inc. II ambos do Código Penal).
“A sentença de hoje serviu para dizer que a sociedade de São Mateus não admite a morte de uma pessoa pelo fato de que ela ou ele terminem uma relação. Relacionamentos começam e também acabam. A decisão individual do parceiro/a deve ser respeitada, e essa sim é soberana. Tanto a mulher quanto o homem possuem o direito ético, moral e legal de terminar um relacionamento sem temer por sua segurança”, afirma o juiz em sua fala.
Ouça o discurso final do juiz no dia do julgamento:
O crime
Na noite do dia 26 de junho de 2021, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar prestaram atendimento à ocorrência de tentativa de feminicídio no interior do município de São Mateus do Sul.
A vítima, de 41 anos, teve seus dedos amputados e um grave ferimento na região do crânio e face ocasionado por facão. Ela também estava machucada na região do tórax e membro superior direito.
De acordo com a resenha da polícia militar, a vítima estava no banheiro, momento em que o autor arrombou a porta do espaço e atingiu a mulher com um facão. O filho do casal de 21 anos conseguiu intervir e a vítima fugiu para pedir ajuda na casa da vizinha que mora a cerca de 1 km de distância.
O homem também tentou agredir o filho de 14 anos, que precisou se esconder. Em seguida o autor fugiu do local, mas foi preso posteriormente. Na data da ocorrência, a PM foi até o Pronto Atendimento conversar com a vítima.
A RDX entrou em contato com a defesa de Antônio Ribeiro Huk, e eles optaram por não se manifestar sobre o caso.