Por Cláudia Burdzinski e Edinei Cruz
Na Escola Municipal Dr. Paulo Fortes, um projeto vem transformando a vida de pessoas cegas ou com baixa visão em São Mateus do Sul, proporcionando a elas novas ferramentas e oportunidades de aprendizado e desenvolvimento pessoal. Ouça a reportagem no final do texto.
Com uma abordagem inclusiva, o trabalho realizado pela escola envolve desde o uso de recursos pedagógicos adaptados até o desenvolvimento de atividades práticas e interativas, que estimulam a autonomia e o aprendizado colaborativo entre os alunos.
A professora Adriana Bruger, está há mais de 12 anos atuando com a área de deficientes visuais. Na sala, ela ensina a alfabetização com o Braille e também a autonomia dos alunos, como orientação e mobilidade. Ela trabalha com as crianças matriculadas no ensino e também com o Centro de Atendimento Especializado na Área de Deficiência Visual (CAEDV), que é aberto ao público. Ela afirma que aprende mais com os alunos do que ensina.
“A idade, para quem quiser frequentar, é de 0 a 100 anos. Não tem um limite de idade. Na sala temos um período que é a sala de recursos, que seriam para alunos que estão matriculados na rede de ensino, seja pública ou particular. E tem o CAEDV que atende a comunidade, que é de 0 a 100 anos. Então a pessoa lá com 30, 40, 50 anos, perdeu a visão, precisa fazer estimulação tátil, orientação e mobilidade, aprender a ter mais autonomia e independência, a mexer na questão da informática, pode vir, não tem problema nenhum”, afirmou. Maiores informações diretamente na Secretaria da Escola Dr. Paulo Fortes, localizada agora onde era a antiga escola da Dona Titina.
Um dos alunos frequentadores do CAEDV é Sebastião de Oliveira, o Tiãozinho. Por muitos anos elem trabalhou com uma lanchonete em São Mateus do Sul, porém há 1 ano e 2 meses ele perdeu completamente a visão.
“Já fazia muito tempo que eu vinha me tratando da visão, passei por oito cirurgias. Infelizmente, não deu certo. Mas o mais importante é que a gente está por aí, né? Estamos vivendo e estamos se reabilitando em duas coisas. A nova vida sem visão e também sem a minha esposa. Mas Deus está dando o recurso, Deus está provendo tudo nessa situação. As aulas são maravilhosas! Estou aqui todos os dias que tem aula, eu venho e volto feliz pra casa, volto renovado”, afirmou.
Na quinta-feira (24), membros da Associação dos deficientes visuais do Vale do Iguaçi (ADEVIVI), estiveram em São Mateus do Sul para uma tarde de compartilhamento de histórias e vivências. A RDX esteve acompanhando a visita.
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