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Após perder todos os movimentos e a fala em AVC, estudante se forma em Medicina no Paraná

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A paranaense Elaine Luzia dos Santos, de 33 anos, moradora de Cascavel, no região oeste do estado, perdeu todos os movimentos do pescoço para baixo e a fala após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) em 2014.

Porém, isso não a impediu de realizar o maior sonho da vida dela: se formar em medicina. Ela é a primeira pessoa tetraplégica a se formar no curso no Brasil.

“Vocês também são corresponsáveis pelo meu sucesso. Vocês não apenas me acolheram, mas também tomaram parte de si por minha causa. Tenham amor no cuidado com cada paciente, em tudo que vocês fizerem”, disse no discurso de colação de grau, na Universidade Estadual do Oste do Paraná (Unioeste).

Elaine se comunica através da soletração, usando o olhar e uma tabela com letras divididas em cinco grupos, de um a cinco, para agilizar a formação de palavras, explica a pedagoga Clarice Palavissini.

A professora foi indicada pela universidade para auxiliar a médica durante a graduação. “A primeira linha é referente às 5 primeiras letras do alfabeto. […] Quando é a letra que ela quer identificar ela pisca”, explica a professora.

Perguntas com respostas sim e não, são respondidas com olhar para cima ou para baixo, respectivamente.

Exemplo de superação

De acordo com Clarisse, a estudante foi dedicada do início ao fim da graduação, sendo um exemplo para os colegas. “Dedicada, não gostava de faltar, e se esforçava para estar sempre. Um exemplo para os outros acadêmicos”, destaca ela.

Para Rúbia Betânia Boaretto, professora da Unioeste, Elaine é o exemplo claro de que é possível trabalhar com a inclusão em todas as esferas sociais.

“Isso se chama inclusão e é muito bonito porque foi completa. […] A Elaine é inserida em um contexto de ensino com muita naturalidade, como dever ser. […] nada foi feito de modo a facilitar a vida dela, nós inserimos ela, mas nem por isso tornamos as coisas mais fáceis para ela”, argumenta ela.

O AVC

Até o terceiro ano do curso, Elaine tinha uma vida normal. Estudava muito, tinha aula em período integral e nunca faltava, conforme relataram os professores.

Em 2014, aos 26 anos, ela sofreu o AVC. A cuidadora de Elaine, Isabella, relatou sobre como foi o dia do acidente.

“Ela estava em casa […] era cerca de uma hora da madrugada. Ela foi no banheiro nausear e caiu, perdeu a força e ficou até as três da tarde aguardando por socorro médico. […] aí essa enfermeira ouviu o sussurro de socorro e bateu na porta…entrar com o socorro”, conta ela.

No caso de Elaine, o AVC foi na ponte do tronco encefálico, que fica acima da medula espinhal e que regula a respiração, pressão arterial e frequência cardíaca, interrompendo o fornecimento de sangue para algumas áreas.

De acordo com a equipe médica que atendeu ela, esse tipo de AVC é raro e na maioria dos casos é fatal.

Elaine ficou 30 dias internada em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Ao sair, foi identificada a chamada síndrome do encarceramento, que é quando o paciente fica lúcido, mas perde todos os movimentos corporais e a fala.

Para acessar a reportagem completa acesse o g1

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