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Produtor de tabaco ganha 140% a mais do que a média do trabalhador brasileiro, aponta pesquisa

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São João do Triunfo é o segundo maior produtor de tabaco do Brasil. Neste sábado (28), é comemorado o Dia do Produtor de Tabaco. Foto: Arquivo/PORTAL RDX.

Neste sábado (28), é comemorado o Dia do Produtor de Tabaco, data que foi estabelecida para que os empreendedores do campo que cultivam tabaco tenham seu trabalho enaltecido.

São João do Triunfo é um município que se destaca na produção de tabaco. Com mais de 2 mil famílias produtoras, o município é o maior produtor de tabaco do estado e o segundo maior do Brasil.

A sua produção é uma atividade tradicional, que vem sendo desenvolvida há gerações. Os produtores locais são altamente qualificados e garantem a qualidade do produto. A atividade é importante para a economia da cidade e região, gerando empregos e renda para centenas de pessoas. No ranking nacional, São João do Triunfo, que produziu 20.058 toneladas na safra 2022/2023, ficou atrás apenas do município de Canguçu, no Rio Grande do Sul, que produziu cerca de 21.063 toneladas.

Além disso, vale ressaltar que o cultivo do tabaco no município é a cadeia produtiva mais organizada e com maior responsabilidade social, contribuindo não apenas para o desenvolvimento econômico, mas também para o bem-estar da comunidade.

Foto: Divulgação.

Produtor de tabaco ganha 140% a mais do que a média do trabalhador brasileiro

O bom nível socioeconômico dos produtores de tabaco foi reafirmado em uma nova pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e mostra que, enquanto 80% enquadra-se nas classes A e B, a média geral brasileira nesse estrato social não chega a 25%. São dados que ratificam o estudo realizado em 2016 e que já mostravam a superioridade da renda de quem produz tabaco.

O relatório da segunda edição do Perfil socioeconômico do produtor de tabaco da Região Sul do Brasil, apresentado em outubro pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Administração (CEPA) da UFRGS, evidencia que, consideradas todas as fontes de renda, os produtores de tabaco atingem a média total mensal de R$ 11.755,30, ficando a renda per capita em R$ 3.935,40, enquanto a renda per capita no Brasil é de R$ 1.625,00 (IBGE, 2022).

Com esse rendimento, 6,7% dos produtores de tabaco enquadram-se no estrato A (mais do que o dobro dos 2,9% verificados no Brasil), 6,1% no estrato B1 (no Brasil, o índice é de 5,1%) e 67,2% no estrato B2 (mais de quatro vezes o que se verifica em termos nacionais, onde está 16,7% da população). O melhor padrão social é também verificado nos níveis mais baixos da escala, pois os
estratos C1, C2, C3 e D abrangem quase 76% da população brasileira e junto aos produtores de tabaco a soma dá apenas 19,6%.

As boas condições de vida refletem a situação econômica dos produtores de tabaco. Por exemplo, quase 72% dos domicílios têm três ou mais dormitórios, todas as casas têm banheiro e 36,4% têm mais de um. Sobre a energia elétrica, 98,6% têm acesso via rede geral e 12,3% têm sistema de energia solar. Em relação aos bens de consumo, praticamente 100% têm televisão, todos têm pelo
menos um telefone celular e 36% dispõem de computador. Mais de 80% dos produtores possuem trator e 100% têm automóvel ou caminhonete.

A PESQUISA – Realizada de 30 de junho a 20 de julho de 2023, em 37 municípios, tem base em entrevistas pessoais na residência de 1.145 produtores (erro amostral máximo de 2,9%). Com coordenação do Prof. Dr. Luiz Antonio Slongo, a pesquisa contou com o apoio do Prof. Dr. Rafael Laitano Lionello (ESPM/SP) e dos doutorandos Lucas Dorneles Britto e Nathalia Soares Brum de Mello (PPGA/UFRGS).

Em defesa do cultivo do tabaco

Recentemente, o prefeito de São João do Triunfo, Abimael do Valle, anunciou em entrevista à RDX FM, que foi até Brasília participar de uma audiência pública em defesa do cultivo do tabaco na Confederação Nacional dos Municípios.

O gestor municipal confirmou que estará presente no encontro da 10ª Conferência das Partes (COP 10), da Convenção-Quadro para Controle do Tabaco (CQCT), que acontece de 20 a 25 de novembro, no Panamá. Segundo Abimael, existe uma Convenção-Quadro, onde há um movimento que dificulta a produção e comercialização da venda do tabaco.

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