O empresário Raul Ferreira Pelegrin, de 41 anos, foi espancado em uma cela da Casa de Custódia de Piraquara (CCP), na região metropolitana de Curitiba (PR), horas antes de morrer, segundo a defesa dele. Os advogados do suspeito de cortar uma das cordas que sustentavam um trabalhador em um prédio de Curitiba chamaram o novo fato de “estarrecedor”, cuja informação “provoca uma reviravolta” no caso.
Raul Ferreira Pelegrin morreu no dia 5 de abril, enquanto estava internado para tratar um quadro de pneumonia, doença que teria contribuído para o falecimento dele. O atestado de óbito aponta sepse decorrente de pneumonia como causa da morte, como mostrou a Banda B. No dia 6 de abril, os advogados disseram ter sido comunicados sobre o ocorrido somente cerca de dez horas após o óbito.
Em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (30), o advogado Adriano Bretas disse que um inquérito policial foi instaurado para apurar a causa da morte de Raul. Durante os pedidos de providências, a defesa teve acesso ao histórico de prontuário da Casa de Custódia de Piraquara. O documento — ao qual a Banda B também teve acesso — revela que o empresário foi agredido dentro da cela por volta de 12h30 do dia 3 de abril.
O documento também destaca que, após receber alta, o empresário foi transferido para outra cela. Bretas destacou que o episódio envolvendo as agressões não foi relatado à defesa nem à família do suspeito. “Houve uma brutal sessão de espancamento e isso foi denunciado pelos presos. Ele foi, num primeiro momento, atendido na enfermaria da unidade prisional, mas a gravidade era tamanha que o setor de enfermaria resolveu encaminhá-lo para a UPA de Piraquara”, acrescentou.
Para o advogado, que chegou a dizer no início do mês que o “Estado tem sangue nas mãos” e que o empresário “foi condenado à pena de morte”, o evento sobre o ataque foi “varrido para debaixo do tapete”. Ele esteve com Raul um dia após a internação na UPA. “A cena que presenciamos foi absolutamente estarrecedora. Ele havia sido submetido a uma sessão de espancamento e estava visivelmente sob efeito de medicamentos. Ele não tinha condições de falar”, afirmou Adriano Bretas, que destacou ter conversado com o diretor do CPP e, mesmo assim, não foi comunicado sobre o caso.
A Banda B procurou a Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná (Sesp-PR) e o Departamento de Polícia Penal do Estado do Paraná (Depen) para comentar o caso, mas não houve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.
Reportagem: Banda B