O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), anunciou, nesta terça-feira (30), medidas mais restritivas de combate ao coronavírus.
“Não estamos fazendo lockdown. Estamos aplicando uma quarentena mais restritiva em algumas regiões do estado onde a curva do crescimento está fora do controle”,
disse o governador.
As novas medidas serão aplicadas nas regiões de:
- Cornélio Procópio;
- Cianorte;
- Toledo;
- Cascavel;
- Foz do Iguaçu;
- Curitiba e Região;
- Londrina.
Conforme o governador, as novas regras devem ser adotadas pelas regionais de saúde das cidades por 14 dias a partir desta quarta-feira (1º). Quem descumprir as medidas estará sujeito à multa, de acordo com o governo.
O decreto pode ampliar o número de cidades, de acordo com Ratinho, conforme a curva de crescimento do volume de casos.
As determinações envolvem principalmente o setor de comércio e a redução do número de passageiros nos ônibus do transporte coletivo. As principais determinações são:
- Serviços não essenciais serão suspensos
- Reuniões comerciais ou privadas devem ser feitas de maneira virtual
- Procedimentos cirúrgicos eletivos serão suspensos durante o período da quarentena
- Barreira sanitária de controle de acesso de pessoas nas regiões de quarentena
Ratinho disse que esta terça-feira (30) foi o pior dia do estado em aumento de número de casos. Segundo ele, nas últimas 24 horas, o Paraná registrou 36 novas mortes e 1.536 novos casos.
O governador, no entanto, não descartou a possibilidade de lockdown. “Essa é a medida mais enérgica que um governador poderia tomar”, afirmou. Precisamos muito da consciência de cada um. Não adianta tomar as medidas se a própria população não tomar consciência disso”, destacou Ratinho.
Segundo ele, o estado não tem problemas com relação a quantidade de respiradores. Contudo, insumos como, por exemplo, medicamentos para a sedação estão em escassez. Ele também citou a escassez no número de profissionais intensivistas que atuem em UTIs.
Na reunião que teve com deputados e representantes do Tribunal de Justiça, Ministério Público do Paraná e Tribunal de Contas do Estado, o governo informou que a taxa de transmissão do vírus no estado está em 1,3, ou seja, dez pessoas com Covid-19 transmitem o coronavírus para outras 13 pessoas, em média.
Segundo o boletim divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) na segunda-feira (29), o Paraná tem 21 mil casos confirmados de Covid-19 e 600 mortes registradas. Com os dados atuais desta terça, o número passou para 636 óbitos e 22.623 casos confirmados em várias cidades do estado.
Na segunda-feira (29), o MP-PR acionou a Justiça para pedir o lockdown nas regiões mais afetadas do estado.
Após o pedido, o governo informou que descartava um lockdown estadual, mas que trabalhava em novas medidas restritivas.
Escalada de casos
Em março, quando os primeiros casos de Covid-19 foram registrados no Paraná, o governo estadual listou as atividades consideradas essenciais, que poderiam continuar funcionando durante a pandemia.
Após o Supremo Tribunal Federal decidir que os decretos municipais se sobrepunham às regras estaduais no que diz respeito às medidas de isolamento para prevenção do coronavírus, o Governo do Paraná passou a publicar decretos com orientações aos municípios.
Em junho, o estado registrou de novos casos diários, e o Governo do Estado publicou, no dia 19, um decreto com recomendações às prefeituras de Curitiba e região metropolitana, válido por 14 dias.
O decreto orientava que os municípios adotassem restrições de horários das atividades comerciais das 10h às 16h, fechamento de shoppings aos finais de semana e proibição da venda e consumo de bebidas alcoólicas em vias públicas das 22h às 6h.
Após a recomendação do governo estadual, municípios da Região Metropolitana de Curitiba anunciaram medidas restringindo algumas atividades.
Em Curitiba, foram fechadas academias, bares, igrejas e clubes. Comércios de rua, restaurantes, shoppings e galerias passaram a funcionar em horário reduzido.
Outros municípios da região adotaram também limite nos horários de funcionamento das atividades comerciais durante a semana e a liberação apenas de atividades consideradas essenciais aos finais de semana.