A juíza Liliane Graciele Breitwisser decretou nesta segunda-feira (29) a prisão preventiva da mulher suspeita de matar os dois filhos em Guarapuava, na região sul do estado. De acordo com a decisão da Justiça, a manutenção da prisão é necessária para garantir que a investigação do caso ocorra de maneira adequada, afastando o risco da produção de provas que possam prejudicar a apuração dos fatos.
Ainda nesta segunda-feira, a mulher passou por uma audiência de custódia, mas a justiça manteve a decisão da prisão. Um advogado chegou a ser apresentado como representante da suspeita, mas já adiantou que não ficará com o caso. Desta forma, a mãe permanece sem advogado.
Mulher ficou surpresa com a prisão
A delegada Ana Hass, responsável pela investigação das mortes de duas crianças, de 3 e 10 anos, em Guarapuava, contou que a mãe das vítimas, que confessou ter cometido os crimes, ficou chocada ao saber que seria presa.
Ana descreveu que a suspeita, Eliara Paz Nardes, de 31 anos, recebeu os policiais no apartamento onde morava, no Centro de Guarapuava, e que a princípio passou a relatar para todos o que teria acontecido, dando detalhes sobre a morte das crianças. A suspeita foi levada para a delegacia da cidade e, em depoimento oficial, preferiu permanecer em silêncio. Ao saber que seria presa e transferida para a unidade feminina da Cadeia Pública de Pitanga, Eliara ficou abalada e começou a chorar.
“A única vez que de fato pareceu que ela ficou consternada e teve um choro verdadeiro foi quando ela tomou noção da realidade de que ela ficaria presa. Aí sim ela ficou realmente mais consternada. E após o interrogatório oficial aqui na delegacia, aí quando foi de fato caindo a ficha que ela ficaria no departamento penitenciário, que seria removida para outra cidade depois, onde ficam as mulheres presas provisoriamente, aí realmente ela se chocou e passou a falar muito de advogado, de querer ligar para advogado. A todo tempo ela fala muito dela, sempre muito dela, não vejo arrependimento, mas eu vejo assim a noção da realidade”, descreveu a delegada.
O caso
Eliara foi presa neste sábado (27), no apartamento onde morava no Centro de Guarapuava, após ligar para um amigo advogado e contar que tinha matado os dois filhos. O advogado foi quem avisou a polícia, que foi até o local e encontrou as crianças mortas.
À polícia, a suspeita disse que matou o menino de 3 anos no dia 13 de agosto, e que depois assassinou a filha, de 10 anos, no dia 17 de agosto. Ela ainda relatou que pretendia cometer suicídio e justificou que estava cansada de cuidar das crianças. A informação sobre o intervalo entre as mortes ainda será confirmada através de perícia.
Após os assassinatos, a mulher teria deixado os corpos em seu quarto, em cima da cama, cobertos. Ela seguiu residindo no apartamento normalmente por cerca de 14 dias, até avisar o amigo. Quando foram encontrados, os corpos das crianças já estavam em estado de decomposição. A mãe confessou os crimes, foi presa em flagrante pelos homicídios, por ocultação de cadáver e fraude processual.
Os corpos das crianças foram velados e sepultados nesta segunda-feira (29), em Itajaí (SC).
Com informações RIC TV