Quatro novos deputados estaduais tomaram posse na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) nesta segunda-feira (8), após a cassação e consequente anulação dos votos de Fernando Francischini (PSL), deputado mais votado da história do Paraná.
São eles: Adelino Ribeiro (Patriotas) – suplente pelo PRB -, Nereu Moura (MDB), Elio Rusch (DEM) e Pedro Paulo Bazana (PV).
As vagas foram deixadas por Francischini, Emerson Bacil, Do Carmo e Cassiano Caron, todos eleitos pelo PSL.
Quem são os novos deputados
Dos quatro suplentes convocados, três já ocuparam uma cadeira na Assembleia Legislativa. Pedro Bazana é o único que nunca havia ocupado uma cadeira no Legislativo estadual. Confira abaixo a trajetória política dos novos deputados:
- Adelino Ribeiro: foi eleito vereador pela primeira vez em Cascavel, onde vive há 35 anos, em 1997. Garantiu a reeleição em 2000 como vereador mais votado da cidade. Foi eleito deputado estadual pela primeira vez em 2010, sendo reeleito em 2014.
- Nereu Moura: assumiu uma cadeira na Alep pela primeira vez em 1993. Candidatou-se novamente nas eleições de 1994, elegendo-se com 35.619 votos. Foi reeleito nos anos de 1998, 2002, 2006, 2010 e 2014.
- Elio Rusch: iniciou a trajetória política na década de 1970, ao se eleger vereador pela primeira vez em Marechal Cândido Rondon, sendo reeleito duas vezes. Em 1991 assumiu uma cadeira na Alep pela primeira vez. Nesta legislatura, assumiu por duas vezes em razão da licença maternidade da deputada Maria Victoria (PP), exercendo o oitavo mandato consecutivo como deputado estadual.
- Pedro Bazana: tomará posse para o primeiro mandato como deputado estadual. Ex-vice-prefeito de Arapongas, Bazana obteve 21.145 votos no último pleito para deputado. Em 2020, foi candidato a prefeito de Arapongas, não sendo eleito. Atualmente é o presidente da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Arapongas.
CCJ
Durante a sessão plenária desta segunda-feira, o presidente da Alep, Ademar Traiano (PSDB), declarou vago o cargo de presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Francischini era o presidente da comissão.
Traiano convocou os membros remanescentes da CCJ para realizar a eleição do novo presidente da Comissão até dia 16 de novembro.
Outras trocas na legislatura
Além das trocas motivadas pela cassação de Francischini, que demandou um recálculo dos votos, a atual legislatura teve outras trocas.
Eleitos em 2018, Guto Silva (Casa CIvil), Márcio Nunes (Desenvolvimento Sustentável e Turismo) e Marcelo Micheletto (Administração e Previdência) assumiram cargos de secretários estaduais. Eles foram substituídos por Cantora Mara Lima (PSC), Hussein Bakri (PSD) e Gugu Bueno (PL).
Com a morte do deputado Delegado Recalcatti (PSD), a vaga foi assumida pelo deputado Ademir Bier (PSD).
O deputado Cassiano Caron (PSL), que também deixou a Alep, havia assumido no fim de outubro a vaga do deputado Subtenente Everton (PSL), cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por ter recebido doação de pessoa jurídica nas eleições de 2018.
Cassação de Francischini
Fernando Francischini foi cassado pelo TSE por ter propagado informações falsas sobre a urna eletrônica e o sistema de votação durante as eleições de 2018. Essa foi a primeira vez que o tribunal tomou decisão relacionada a político que fez ataque às urnas eletrônicas.
Ele tinha sido o deputado mais votado da história do Paraná em 2018, com 427.749 votos. A chapa do político elegeu oito parlamentares.
Pela decisão, além de perder o mandato, o deputado fica inelegível por oito anos. O TSE determinou que os votos obtidos por ele na eleição fossem anulados, além de uma nova totalização pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR).
Francischini foi alvo de investigação após afirmar, sem apresentar provas, em suas redes sociais, durante o primeiro turno das eleições de 2018, que as urnas eletrônicas foram adulteradas para impedir a eleição do presidente Jair Bolsonaro.
Na ocasião, o TRE-PR fez auditoria nas urnas e constatou que elas estavam com funcionamento normal, sem indícios de fraude em seu sistema.
Em nota, no dia da cassação, Francischini afirmou que lamentava demais a decisão. “Um dia triste, mas histórico na luta pelas liberdades individuais. Nós vamos recorrer e reverter essa decisão lá no STF, preservando a vontade de meio milhão de eleitores paranaenses”, disse.