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sexta-feira, novembro 22, 2024
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Canoinhense que está na Ucrânia relata drama da guerra

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Kelly Muller buscava a filha, fruto de barriga de aluguel.

A jornalista canoinhense Kelly Muller está em Kiev, capital da Ucrânia, escondida no subsolo de um prédio com mais 30 pessoas. Ela foi até a capital ucraniana para buscar sua bebê, fruto de barriga de aluguel. Ao contrário do Brasil, na Ucrânia esse método de adoção é legal.

A Ucrânia tem sido bombardeada pela Rússia desde a quinta-feira, 24. Ao contrário do que havia prometido o presidente russo Vladimir Putin, a capital também foi cercada nesta sexta-feira, 25.

Em um vídeo divulgado pelo portal G1, Kelly fala sobre a rotina no bunker para onde ela e o marido foram depois de a cidade ter sido cercada.

Kelly é filha da professora Evellyn e do falecido professor João Rosa Muller, que foi reitor da Universidade do Contestado, quando o campus de Canoinhas era independente. Ele também foi candidato a prefeito de Canoinhas em 2008. Ela nasceu em Rio Negro (PR), mas veio ainda criança morar em Canoinhas. Estudou jornalismo em Ponta Grossa e, depois de formada, morou em Joinville, onde trabalhou no jornal A Notícia. Depois passou a trabalhar no Tribunal de Justiça e foi morar em Guaratuba, onde se casou.

“Escutamos explosões, olhamos pela janela e tem filas de carros parados. É cenário de filme. Quando a minha filha sorri e esqueço que tem uma guerra lá fora. Estamos de mãos atadas, não tem o que fazer com uma bebê recém nascida nos braços”, relatou Kelly. Ao JMais, ela contou que há um toque de recolher e pelo menos até as 8 da manhã de segunda-feira, 28, eles não podem deixar o prédio onde estão. “Ninguém pode sair porque se sair será considerado inimigo. Na sexta-feira saiu um trem com brasileiros daqui de Kiev, mas não achamos seguro deixar esse local no momento. Hoje teve mais um trem cedo, nos sentimos mais seguros, mas aí não tinha carro para ir até a estação. Aqui quem tem carro não tem gasolina. Agora, perto das 17h (hora de Kiev) foi dado o toque de recolher porque a situação voltou a ficar insegura”.

Kelly contou ainda, por WhatsApp, que está em contato com a embaixada brasileira na Ucrânia, mas teme perder a comunicação se ficar sem Internet.

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