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terça-feira, novembro 26, 2024
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Produtores paranaenses apostam na inovação para valorizar produtos regionais

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O Paraná conta com uma rica diversidade de produtos alimentícios regionais que possuem certificação e reconhecimento a nível nacional, como o mel, morango, vinho, goiaba, aguardente de cana e cachaça e queijo. Com apoio do Sebrae/PR e para valorizar e torná-los mais competitivos no mercado, produtores do Estado estão apostando na inovação.

Como é o caso das Balas de Banana de Antonina, produto que conquistou o selo de Indicação Geográfica (IG) em 2020. Rafaela Takasaki Corrêa, sócia e diretora executiva da Balas de Banana de Antonina, conta que, há aproximadamente cinco anos, a empresa iniciou um processo de reposicionamento da marca, desenvolvendo estampas que refletissem a identidade e elementos da cultura local.

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“Nossos clientes solicitavam produtos como lembrança e viam a marca como algo que desejavam como presente e recordação. Foi então que surgiram canecas, caixinhas diferentes de bala, bolsas, aventais, entre outras coisas. Notamos aumento na procura por turistas e clientes habituais, mas também de empresas em busca de presentes originais. Essa nova demanda levou-nos a desenvolver kits com nossos produtos e itens de produtores locais”, lista Rafaela.

A empreendedora conta que um exemplo desta transformação para agregar valor é o “Kit Caiçara”, que oferece as duas marcas de balas de banana com IG, além de incluir a inclui cachaça de Morretes, farofa de mandioca com bala de banana e bananinha seca, todos representativos da região.

“Este kit tem como objetivo proporcionar à pessoa que o recebe uma autêntica experiência gastronômica e cultural caiçara”, conclui.

Fomento estadual

A consultora do Sebrae/PR, Maria Isabel Guimarães, lembra que a instituição realizou um curso de vendas, com patrocínio do Sicoob, entre os anos de 2021 e 2022, com participantes do Fórum Origens Paraná, que tem como missão fomentar as Indicações Geográficas (IGs) e as Marcas Coletivas (MCs) para impulsionar a inovação e a diferenciação. Segundo ela, os treinamentos, que aconteceram de forma on-line, incentivaram os produtores a inovar e expandir seus negócios, melhorando as vendas e explorando o potencial sensorial e a valorização dos produtos originais.

“Através de iniciativas como o Fórum Origens Paraná, produtores estão sendo encorajados a colaborar e compartilhar ideias inovadoras, expandindo o uso de produtos típicos da região para além de suas aplicações tradicionais”, acrescenta Maria Isabel.

De acordo com a consultora, um novo curso no mesmo formato deve acontecer em 2024 para as novas empresas que conseguiram, recentemente, o depósito de IG junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Maria Isabel acrescenta que o objetivo do Fórum Origens Paraná é aumentar a competitividade e promover o desenvolvimento sustentável nas regiões do Paraná. Para atingir essa meta, o Fórum está em busca de soluções para aprimorar e valorizar os produtos das IGs e Origens do Paraná.

Cosméticos

A proprietária da Balas de Banana de Antonina, Rafaela lembra do lançamento de uma linha de cosméticos, em novembro de 2023, em parceria com a empresa Sallie, que desenvolveu produtos que refletissem a identidade visual e o aroma das balas de banana.

“A equipe da Sallie desenvolveu produtos como esfoliantes corporais, manteiga corporal, aromatizadores de ambiente e sabonetes líquidos, todos inspirados na banana. Esses produtos não utilizam subprodutos das balas de banana devido a restrições no setor cosmético, mas a equipe trabalhou para criar essências que evocassem as memórias afetivas relacionadas à fruta e à bala”, explicou.

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A empresária de Antonina afirma que o lançamento foi um sucesso e que a parceria é vista como uma oportunidade para fortalecer ambas as marcas, especialmente por priorizar a regionalidade e colaborar com uma empresa local.

Cafés especiais

Outro exemplo está na região noroeste do Paraná. Fernando Roberto Rosseto é proprietário do Sítio Eliza, que produz cafés especiais, e presidente da Associação dos Produtores de Café de Mandaguari (Cafeman). Ele destaca a busca constante por inovação e diferenciação no mercado, enfatizando a importância de desenvolver produtos de qualidade que se diferenciem dos convencionais.

Além de ressaltar a variedade de produtos que podem ser criados a partir do café, mantendo sua essência em termos de sabor e aroma, Rosseto também menciona a importância de parcerias para o desenvolvimento de novos produtos, citando o exemplo de uma colaboração que resultou em chocolate com café. Ele vê essas colaborações como fundamentais para a inovação e o crescimento, especialmente quando se trata de produtos artesanais.

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“Também temos o chocolate com café, as drágeas e o licor com café. Do café especial, passamos para o licor de café, que é uma produção artesanal criada pela nossa família, e para o chocolate com café, que é uma parceria que a gente fez com uma fábrica de chocolate. Quem sabe daí possam surgir mais produtos”, comenta o empresário.

Ele aborda os desafios da inovação, como a incerteza sobre a aceitação do mercado e o medo de falhar, mas enfatiza que é essencial arriscar e sair da zona de conforto para criar oportunidades de mercado.

“Se você não empreender, sair do comodismo em que se encontra e não inovar com novos produtos, permanecerá sempre no mesmo lugar. Quanto mais desenvolver, quanto mais criar, e quanto mais perder o medo de ter um produto diferente, mais chances terá de se destacar no mercado. Essas são as oportunidades que surgem com os novos produtos. Para nós, isso é muito positivo: é algo que criamos, uma oportunidade adicional, uma gama maior de produtos que podemos incluir”, acrescenta Rosseto.

Rosseto expressa surpresa e satisfação com a reação positiva dos clientes aos novos produtos, vendo isso como uma validação do caminho escolhido pela empresa. Ele menciona o potencial para desenvolver ainda mais produtos baseados em café, sugerindo possibilidades como sabonetes, shampoos, cosméticos e doces.

Tudo com erva-mate

A produtora de erva-mate, Eva Blaszczyk, de São Mateus do Sul, conta que a empresa Vivenda do Mate realizou vários testes para descobrir novas maneiras de utilizar a erva-mate. Além de chás e do tradicional chimarrão, eles descobriram que a mesma matéria-prima pode ser utilizada de diversas maneiras, desde bebidas como o tererê até pratos doces, salgados, drinks e coquetéis.

No início do trabalho, a empresa enfrentou resistência da comunidade, mas superou esses obstáculos ao trabalhar no aspecto sensorial, explorando aromas e sabores que remetem à erva-mate.

Hoje, o orgulho da empresa está na diversidade de produtos criados utilizando a erva-mate, indo além das formas tradicionais de consumo. E a gama de produtos é diversa: brigadeiro, bolo, drinks, coquetéis, licor, cachaça, pizza, doces, cerveja, pão, sabonete, kombucha, pudim, macarrão, macaron, palitinhos de pimenta com erva-mate, sorvete, ravióli, pierogi e até mousse.

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“O saber-fazer envolvido também é um diferencial; resgatamos técnicas, processos e conhecimentos utilizados por nossos ancestrais, conferindo um toque especial ao produto. Essa abordagem está alinhada com o conceito de Indicação Geográfica (IG) e utilizamos esses elementos para promover a matéria-prima de forma natural, sem forçar. Reconhecemos que há espaço para melhorias e esse é o nosso próximo passo”, antecipa Eva.

Atualmente, segundo a produtora, a empresa Vivenda do Mate está desenvolvendo um plano estratégico de marketing para compreender melhor o público-alvo e concentrar esforços nas divulgações dos produtos, seguindo um caminho de aprimoramento contínuo.

IG no Paraná

Atualmente, o Estado possui 13 produtos com Indicação Geográfica. São eles: Aguardente de Cana e Cachaça de Morretes, o Barreado do Litoral do Paraná, a Bala de Banana de Antonina, o Melado de Capanema, a Goiaba de Carlópolis, o Queijo de Witmarsum, as Uvas de Marialva, o Café do Norte Pioneiro, o Mel do Oeste, o Mel de Ortigueira, a Erva-mate São Matheus – do Sul do Paraná, o Morango do Norte Pioneiro e os Vinhos de Bituruna.

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