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quinta-feira, dezembro 26, 2024
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Projeto da PX Energy impulsiona preservação de abelhas nativas

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A reportagem do Portal RDX esteve no dia 31 de outubro, na empresa PX Energy, conhecendo de perto o trabalho de revegetação na recuperação das áreas após atividade de mineração. Acompanhado do engenheiro florestal Júlio Skalski Júnior e da engenheira ambiental Suelen Polak Ramos, foi apresentado um relatório do monitoramento da biodiversidade nas áreas no entorno dos locais de industrialização do xisto da empresa Paraná Xisto, realizado pela empresa Cedro Inteligência Ambiental.

O estudo aponta que no período de 2009 a 2019, foram registradas um quantitativo de 317 espécies de abelhas nas áreas revegetadas pela então Petrobras SIX (atual Paraná Xisto).

Na foto, a engenheira ambiental Suelen Polak Ramos e o engenheiro florestal Júlio Skalski. Foto: Edinei Cruz/PORTAL RDX.

A pesquisa também demonstrou que o empreendimento consegue proporcionar a atração e manutenção de uma grande quantidade de espécies de abelhas, por revegetar e manter áreas verdes no local de influência da PX Energy. Em entrevista ao Portal RDX, o engenheiro florestal Júlio Skalski Júnior enfatizou que os números do monitoramento refletem o resultado do padrão de revegetação de recuperação das áreas após atividades de mineração.

“Em manejo de fauna, temos três aspectos: água, abrigo e alimentação. E com isso, a fauna migra para esses locais, por encontrar alimento. No total, já foram revegetadas mais de mil hectares desde o início do projeto. O objetivo é produzir um montante de 120 espécies da floresta nativa de araucária. As sementes são coletadas na região de São Mateus do Sul num raio de 50 km, com uma equipe específica para essa atividade, respeitando-se os padrões e dentro de um remanescente florestal. Para que isso possa ocorrer é preciso ter uma quantidade ‘x’, de determinadas matrizes, por espécie, para possibilitar uma maior diversidade genética”, disse.

O monitoramento é dividido através da sazonalidade (estações do ano), com quatro campanhas baseadas em três relatórios, desenvolvido por uma empresa independente, com um responsável técnico, com formação em engenharia florestal. Os biólogos também participam, com monitoramento por grupo faunístico (abelhas, aves, morcegos, pequenos e médios mamíferos, peixes, fitoplâncton, zooplâncton e macro invertebrados bentônicos).

A engenheira de Meio Ambiente Suelen Polak Ramos explicou como é feita a coleta e a identificação de cada espécie.

“A abelha é capturada, o biólogo registra em foto, faz o preparo conforme as regras entomológicas e as remete para análise em laboratório para confirmar a identificação da espécie. Depois, o indivíduo capturado é enviado para guarda em uma universidade. Então não somos os únicos detentores da informação, ela é compartilhada com o mundo científico e acadêmico. Popularmente, conhecemos a abelha comum a Apis Mellifera e suas variantes, como as africanizadas, que possuem ferrão. Entretanto, temos muitas abelhas nativas, sem ferrão. Já foram identificadas 317 espécies em nossas áreas.”, explica.

Foto: Edinei Cruz/PORTAL RDX.

Suelen ressalta que as abelhas africanizadas, encontradas no ambiente industrial da PX Energy, são retiradas e realocadas nas áreas de recuperação, onde não há circulação de pessoas, pois em virtude de possuírem ferrão, são bem agressivas, além de que disputam território com as abelhas nativas.

“É importante lembrar que não se matam abelhas. Todas são importantes no processo de polinização. Quando oferecem riscos para as pessoas são realocadas, por pessoal treinado, para áreas onde ofereçam menores riscos para pessoas”, explica.

Quais são as diferenças entre as espécies de abelhas com e sem ferrão?

Entre as diferenças, as mais fáceis de serem reconhecidas é pela observação da estrutura interna das colônias. A abelha africanizada (Apis mellifera), que possui ferrão, armazena o pólen e mel em favos, ao passo que as abelhas sem ferrão constroem pequenos “potes” para armazenar o pólen e o mel.

Além disso, nas abelhas sem ferrão, as células de cria (onde estão localizados os ovos colocados pela rainha que se desenvolverão em novas abelhas), estão posicionadas horizontalmente. Na abelha africanizada, posicionam-se verticalmente.

Outra diferença diz respeito ao número de machos com os quais a rainha virgem acasala na natureza. As rainhas das abelhas sem ferrão acasalam com apenas um macho, ao passo que as rainhas da abelha africanizada acasalam, em média, com 15 machos.

Foto: Cedro Inteligência Ambiental
Foto: Cedro Inteligência Ambiental

Processo de revegetação

A engenheira ambiental Suelen Polak Ramos avalia que os dados divulgados pela empresa Cedro Inteligência Ambiental, refletem que o trabalho de revegetação tem obtido resultados positivos na preservação da natureza. “Esses dados, realizados por uma empresa independente,comprovam que estamos no caminho certo no processo de recuperação. Quando mineramos, retiramos o solo, as camadas de minerais estéreis, até chegarmos às camadas de xisto. Depois, fazemos a recuperação do relevo, a reposição do solo, e a revegetação. Um belo trabalho feito pelos meninos.”

Um dos colaboradores, Carlos Golinski, que atua na atividade de coleta de sementes para o viveiro florestal, conta que a meta é a produção de 120 espécies nativas e que, no momento, há 112 em desenvolvimento no viveiro, como jabuticaba, pitanga, cereja, pimenteira e até, excepcionalmente o pau-brasil, embora não seja classificada como uma espécie nativa. Ele conta como é feito o trabalho de recuperação. “Nosso trabalho é voltado na recuperação das áreas, onde faço a parte de coleta, onde trazemos as sementes até o viveiro. Fazemos as mudas, e aí é feita a parte de revegetação de onde foi removido o xisto. Nós fazemos a parte externa, em um raio de 50 quilômetros em volta da unidade, trabalhando em São Mateus do Sul, São João do Triunfo, Palmeira, Canoinhas e Irati, por exemplo.Temos o cuidado na diversidade genética para ter qualidade nas mudas que a gente faz aqui”, explica.

Na foto, os profissionais que atuam no viveiro e na coleta de sementes. Foto: Edinei Cruz/PORTAL RDX.

Já o profissional Flavio Kuzma conta que acorda bem cedo para realizar as atividades. “O meu serviço é atuar com trator agrícola, faço roçadas e o coroamento, plantio de mudas e recuperação do solo. O trabalho começa bem cedinho, já às 7h00 da manhã, todos os dias”, diz.

Outro profissional que atua no viveiro é Eleuri Hipólito. Ele detalha como é feito o trabalho da equipe e afirma ser gratificante em estar trabalhando com a natureza. “O dia a dia nosso é bem agitadinho, a gente começa já de manhã a preparar as mudas, vai para o campo, prepara o solo, a gente põe o gel para reter umidade junto às raízes das mudas, faz o coroamento, é um trabalho bem gratificante. Nossa equipe se divide em oito profissionais, e é um trabalho bem gratificante, pois sabemos que estamos contribuindo com a natureza. E mais importante ainda é ver que a empresa se destaca, por se preocupar em não somente retirar o xisto, mas a preocupação com o Meio Ambiente”, afirma.

Edinei Cruz
Edinei Cruz
Repórter e Locutor da RDX FMInstagram: @edineicruzsms

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