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Hoje é o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio

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Nesta quarta-feira, 22 de julho, o Paraná vive mais um Dia Estadual de Combate ao Feminicídio. A data, instituída no calendário oficial do Estado através da Lei 19.873/2019, de autoria da deputada estadual Cristina Silvestri (CDN) e aprovada na Assembleia Legislativa do Paraná, tem como objetivo incentivar e unificar ações de combate em um ‘Dia D’, quando órgãos públicos, entidades, associações, lideranças políticas e sociedade civil organizada centralizam o discurso em uma única pauta: a necessidade de interromper o ciclo da violência doméstica e evitar feminicídios.

Feminicídio em São Mateus do Sul

O município já registrou em sua história, 3 casos de feminicídio:

Cleomara Aparecida Sorotenic Pereira, de 29 anos, foi morta em 2016 pelo ex-companheiro Joaquim Eduardo Pugsley Fonseca Junior (conhecido como Chupim), em frente ao Posto Castrovel.

Daniela Kuba Vagner, de 24 anos, foi morta em 2018 pelo ex-companheiro Fábio Kolodi, próximo ao Senac.

Elza Ribeiro Micharski, de 22 anos, faleceu em 2019, morta pelo ex-companheiro Alisson Ferraz Barbosa, de 24 anos, na Vila Pinheirinho.

Na imagem, manifestação que aconteceu em São Mateus do Sul em março de 2020. (Foto: RDX FM)

“O feminicídio é o último grau da violência doméstica. Antes deste crime acontecer, a violência se manifesta de forma gradativa. Começa silenciosa e evolui aos poucos. O Dia de Combate ao Feminicídio vem de encontro à necessidade de se falar mais sobre isso, conscientizando, principalmente as mulheres, sobre a necessidade delas se encorajarem e quebrarem este ciclo de sofrimento. A denúncia é o primeiro passo para evitarmos feminicídios”, detalha a deputada Cristina Silvestri, que também é procuradora da mulher da Assembleia Legislativa.

Para a ação deste ano, a Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa produziu um cartaz que foi enviado para diversos municípios do Paraná com mensagens de conscientização sobre a importância das denúncias. A peça visa divulgar, também, o Boletim de Ocorrência Online, conquista recente do órgão que foi liberada pela Secretaria de Segurança Pública (SESP-PR) após articulação intensa da Procuradoria com o apoio da bancada feminina, mesa diretora da Assembleia Legislativa, deputados e órgãos de justiça.

“Nosso foco é colar estes cartazes para a maior quantidade de condomínios possíveis. Os condomínios foram escolhidos justamente por conta do momento de pandemia que vivemos. As mulheres estão passando mais tempo com seus agressores e, por isso, precisamos levar até elas a informação de que agora elas contam com o B.O Online, ferramenta para denúncia silenciosa”, explica a procuradora da mulher, lembrando que a ação conta com o apoio fundamental de Procuradoras Municipais da Mulher, gestoras municipais, vereadoras, vereadores, entidades e associações. A ação teve a adesão, também, do Sindicato de Habitação e Condomínios (SECOVI-PR) e Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis (SESCAP-PR). Outros grupos da sociedade civil que aderiram ao movimento também estão distribuindo cartazes no comércio dos municípios.

Mais de 30 municípios aderiram à campanha da Procuradoria. Outras cidades realizam atividades próprias, também voltadas para o combate ao feminicídio. Há uma grande mobilização, também, nas redes sociais, com a divulgação intensa de peças que ressaltam a importância da realização de ações nesta data, além de incentivarem mulheres a denunciarem seus agressores.

Feminicídio em números – Há anos o feminicídio vem mostrando índices crescentes e alarmantes no Brasil – e no Paraná não é diferente. Em 2018, 61 mulheres foram vítimas de feminicídio no Estado. Em 2019, o número subiu para 89. Agora, em 2020, só no primeiro trimestre, 23 mulheres foram vítimas do mesmo crime no Paraná.

“Estes índices comprovam a necessidade de falarmos mais sobre este assunto. É necessário conscientizarmos e, enquanto legislativo, fiscalizarmos que as políticas públicas para as mulheres estão em pleno funcionamento hoje, principalmente durante a pandemia”, explica Cristina Silvestri.

A pandemia do novo coronavírus trouxe, também, uma preocupação grande sobre o tema: violência doméstica. Desde o anúncio das medidas de isolamento social, a Procuradoria da Mulher e as deputadas da Assembleia Legislativa tem se manifestado periodicamente propondo ações para o combate à violência e cobrando informações sobre o tema, antevendo o problema de as mulheres passarem mais tempo com seus agressores.

No início da pandemia no Brasil, em meados de março, houve um aumento rápido de 15% do registro dos casos de violência contra a mulher no Estado, segundo dados da SESP. Mas poucos meses depois, o número de registros caiu 22%. Para a procuradora da mulher, a queda não significa que as mulheres pararam de sofrer violência na pandemia.

“Para nós ficou muito claro, na verdade, as subnotificações. Era uma tendência as mulheres pararem de denunciar justamente por estarem passando mais tempo com os seus agressores. Por isso o boletim online veio em boa hora, como uma ferramenta de denúncia silenciosa, em que a mulher pode pedir ajuda de dentro de casa, em algum momento que ficar sozinha”.

Com informações ALP-PR

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