Por ser um objeto pequeno e de fĂĄcil manuseio, o celular, seja ele Android ou iOS, virou um artigo inseparĂĄvel no dia a dia da maioria dos usuĂĄrios. Muito alĂ©m de ser um meio para comunicação, o aparelho segue como companheiro no entretenimento, na consulta de informaçÔes e atĂ© no monitoramento de saĂșde. PorĂ©m, nĂŁo sĂŁo todos os locais considerados seguros para o uso do smartphone. O banheiro Ă© um deles. Levar o seu smartphone para este cantinho tĂŁo Ăntimo da casa pode abrir portas para bactĂ©rias, causar hemorroidas e atĂ© ampliar problemas de ansiedade relacionados ao dispositivo.
Uma pesquisa divulgada pelo provedor Nord VPN, em 2022, revelou que 65% dos entrevistados (cerca de 9,8 mil adultos) disseram usar seus celulares no banheiro. Nas linhas a seguir, o TechTudo separou alguns problemas que o hĂĄbito pode causar Ă saĂșde e porque Ă© tĂŁo importante evitĂĄ-lo.
1. Germes e bactérias podem ficar no celular
Mesmo que seja limpo diariamente, o banheiro ainda é um dos lugares em que mais germes e bactérias se alojam dentro de casa e elas podem passar para o celular caso ele esteja sendo usado por ali. Todo aparelho possui pequenas frestas (abertura para o carregador, microfone, fones de ouvido) em sua carcaça que permitem que ali fiquem alojados os corpos estranhos.
Entre os mais comuns estĂŁo a E.coli, que pode causar diarreia, e a actinobactĂ©ria, que pode causar problemas como difteria e tuberculose, entre outras mais raras. Em geral, a contaminação acontece quando a descarga Ă© acionada com a tampa do vaso aberta ou atĂ© mesmo quando a pessoa usa o papel higiĂȘnico para se limpar, e retoma o uso do smartphone antes de lavar as mĂŁos. Vale ressaltar que a situação Ă© ainda pior ao frequentar banheiros pĂșblicos, que tem uma ventilação e frequĂȘncia de limpeza mais limitada.
2. Uso prolongado do aparelho pode causar hemorroidas
Quem leva o celular para fazer companhia ao usar o banheiro tambĂ©m pode ter outros problemas, alĂ©m dos causados pelo encontro com os germes. Geralmente, o uso do aparelho envolve acesso Ă s redes sociais, com vĂĄrios minutos a mais sentado no trono assistindo a vĂdeos no TikTok ou Instagram.
Segundo especialistas, ao sentar com o celular para atender ao chamado da natureza, as pessoas acabam fazendo mais força para evacuar do que seria necessårio. O resultado, são as veias do reto ainda mais dilatadas, o que pode favorecer o surgimento das tão temidas hemorroidas.
3. Problemas ao funcionamento do intestino
Outro problema que pode acontecer com o tempo a mais para terminar as necessidades causado pelo uso do celular, Ă© uma alteração no funcionamento do intestino. Quando a pessoa senta no vaso para defecar, o intestino faz um movimento chamado peristaltismo, que nada mais sĂŁo do que contraçÔes contĂnuas que ajudam a levar as fezes do intestino atĂ© o reto.
Ao ficar sentado durante muitos minutos sem que o processo natural do corpo para a eliminação do cocĂŽ ocorra, isto pode acabar confundindo o cĂ©rebro. Ou seja, faz com que ele demore mais a reconhecer os indĂcios de que, ao sentar no vaso, algo precisa acontecer e, consequentemente, deixa a pessoa constipada, com prisĂŁo de ventre.
4. Nem pense em carregar o celular
Se usar o celular ao sentar no vaso Ă© contra-indicado, carregĂĄ-lo no banheiro pode gerar um problema ainda maior. Como o ambiente Ă© muito Ășmido, hĂĄ um risco muito grande de choques ou atĂ© um curto-circuito caso o fio ou o adaptador tenha contato com ĂĄgua. Diversos banheiros possuem tomadas prĂłximas a uma pia, banheira ou chuveiro para uso de secadores de cabelo, mas isto nĂŁo significa que elas devem ser usadas para carregar o smartphone. Vale ressaltar que Ă© importante tambĂ©m nĂŁo manusear o celular com as mĂŁos molhadas quando ele estiver conectado a uma rede de energia.
5. Umidade pode comprometer uso do aparelho
Aparelhos celulares que apresentem rachaduras tambĂ©m devem ficar longe do banheiro. NĂŁo apenas porque as rachaduras nas telas servem como mais uma porta de entrada para germes e bactĂ©rias, mas tambĂ©m porque a umidade que toma conta do espaço durante o banho, principalmente em banhos quentes, pode ultrapassar a barreira do display e acumular por trĂĄs da tela. O acĂșmulo de ĂĄgua em ĂĄreas que deveriam estar protegidas podem comprometer o funcionamento do telefone com o passar do tempo.
6. Pode causar intoxicação alimentar
Este aqui vai muito mais dos hĂĄbitos de higiene do usuĂĄrio do que do uso do celular propriamente dito, mas eles acabam se completando. Ao assistir a vĂdeos nas redes sociais ou ficar jogando no smartphone enquanto faz as suas necessidades fisiolĂłgicas, o usuĂĄrio acaba fazendo as bactĂ©rias circularem pelo espaço e grudarem no aparelho. Em um cenĂĄrio em que a pessoa nĂŁo lave as mĂŁos apĂłs o ato e vĂĄ, logo em seguida, comer alguma coisa, Ă© importante saber que com ela vĂŁo tambĂ©m os germes e bactĂ©rias, e isto pode gerar uma visita Ă emergĂȘncia por intoxicação.
7. Aumenta a ansiedade
AlĂ©m dos problemas relacionados Ă saĂșde fĂsica, hĂĄ tambĂ©m problemas de saĂșde mental que podem ser agravados com o uso indiscriminado do celular. Com o aparelho constantemente ao lado, isso pode gerar nas pessoas uma fobia chamada de nomofobia, que nada mais Ă© do que o medo de ficar sem o smartphone. Ficar muito tempo no celular quando se estĂĄ no banheiro tambĂ©m pode ser uma forma de o indivĂduo tentar escapar de certas situaçÔes sociais que estĂŁo lhe causando ansiedade —- o que precisa ser investigado e tratado por um especialista.
8. Acidentes acontecem
Por fim, o celular pode correr diversos riscos quando usado no banheiro, local que, geralmente, tambĂ©m sĂŁo feitas outras atividades. AlĂ©m dos problemas enumerados acima, ainda hĂĄ a possibilidade de o aparelho cair no chĂŁo enquanto o usuĂĄrio nĂŁo estĂĄ em uma posição muito favorĂĄvel para tentar alcançå-lo ou pior, cair no vaso sanitĂĄrio sujo. Se a Ășltima opção acontecer, para voltar a usar o dispositivo sem riscos Ă saĂșde, serĂĄ preciso fazer uma limpeza profunda, com ĂĄlcool isopropĂlico e um pano macio, levemente umedecido e que nĂŁo solte fiapos.
Com informaçÔes de The Washington Post e Apple