Foto: Reprodução RPC
No casamento de Thaisy Eduarda Privateli e Rafael Luiz Bortoli, além da linguagem universal do amor vivida na cerimônia, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) se fez presente.
Como ambos são surdos, eles fizeram questão de que a celebração fosse totalmente traduzida na língua que aprenderam cedo. Neste trabalho, além de intérpretes, eles contaram com o apoio do padre Wilson Czaia, que também é surdo.
“Nós pensamos muito ‘como fazer isso? Como isso iria acontecer?’. Pensando que com toda dificuldade que a gente teve, as coisas que a gente vem aprendendo”, lembrou Thaisy.
Thaisy e Rafael aprenderam Libras ainda na infância. O caminho dos dois se cruzou em atividades da Associação Medianeirense de Surdos (Amesfi), que deu suporte à realização da cerimônia.
No casamento, absolutamente tudo foi traduzido para Libras: desde as músicas até as orações.
“Nós dois tínhamos um sonho, que esse casamento acontecesse, e hoje é um dia especial”, afirmou Rafael.
“Eu também estou muito feliz, porque é um dia especial. E tenho muito a agradecer a Deus, por esta festa linda e pelo meu matrimônio”, disse Thaizy.
O padre Wilson Czaia, que celebrou a cerimônia, avaliou que, na religião, a Língua Brasileira de Sinais é a forma de acesso dos surdos à palavra de Deus.
Para ele, a busca por acessibilidade da comunidade na religião foi, inclusive, motivo para estudar e ser padre.
O padre Wilson Czaia, que celebrou a cerimônia, avaliou que, na religião, a Língua Brasileira de Sinais é a forma de acesso dos surdos à palavra de Deus.
Foto: Reprodução RPC
“Tem padres que vão falar, usando sua voz, mas os surdos não vão ouvir. Então eles precisam de intérprete, de acesso […] Eu estudei bastante para que conseguisse dar acesso e ser um padre surdo que estimulasse a comunidade surda a aprender a palavra de Deus […] Para que os surdos tenham esse conhecimento, que diminua o seu sofrimento”, explicou Wilson.
Reportagem: G1