O motorista Bruno GonƧalves, 24 anos, ingeriu bebida alcoĆ³lica na festa de formatura antes da morte das jornalistas Shara Karoliny Santos Miranda de Souza e Celeste Pereira, de 25 e 24 anos respectivamente, em acidente na BR-467, em Cascavel (PR), segundo o inquĆ©rito da Delegacia de HomicĆdios da PolĆcia Civil.
Os depoimentos de testemunhas e a ficha escrita pelo mĆ©dico, que fez o primeiro atendimento ao condutor, foram determinantes para a conclusĆ£o de que ele conduzia o carro sob efeito de Ć”lcool, de acordo com o delegado adjunto Pedro Fontana.
VĆ”rias pessoas foram ouvidas e a grande maioria afirmou ter visto Bruno GonƧalves ao realizar o consumo de Ć”lcool. “As pessoas que disseram que ele nĆ£o bebeu foram indicadas pela defesa”, disse o delegado.
O motorista foi indiciado por duplo homicĆdio doloso com dolo eventual – quando nĆ£o hĆ” intenĆ§Ć£o de matar, mas se assume o risco – pouco mais de um mĆŖs apĆ³s a fatalidade.
“Em razĆ£o disso, decidimos indicĆ”-lo por dolo eventual, ou seja, em razĆ£o de ter ingerido bebida alcoĆ³lica. Ele assumiu o risco de dirigir com a reduĆ§Ć£o das suas condiƧƵes psicomotoras e de provocar um acidente, que acabou vitimando as duas jovens”, comentou Pedro Fontana.
“O mĆ©dico quando o atendeu, sentiu o hĆ”lito de bebida etĆlica”, enfatizou Pedro Fontana. Quando prestou depoimento na tarde de 23 de fevereiro, Bruno negou ter ingerido bebidas alcoĆ³licas. Segundo o delegado, mesmo que ele tenha ocultado o fato, o investigado nĆ£o deve ser penalizado por omitir a verdade em relaĆ§Ć£o ao consumo de Ć”lcool.
Apesar da PolĆcia Civil ter indiciado o jovem por duplo homicĆdio doloso, o MinistĆ©rio PĆŗblico e o Poder JudiciĆ”rio podem alterar a acusaĆ§Ć£o de dolo eventual para homicĆdio culposo, quando nĆ£o hĆ” a intenĆ§Ć£o de matar.
“As Ćŗnicas imagens que nĆ³s conseguimos sĆ£o aquelas que aparecem o carro de longe, capotando. NĆ£o hĆ” (imagens) para verificar em qual velocidade o veĆculo estava. Estamos aguardando o Instituto de CriminalĆstica e a PolĆcia CientĆfica concluĆrem o laudo de local”, finalizou o delegado ao ser questionado sobre a velocidade do automĆ³vel.
O passageiro Igor Souza de Oliveira, de 24 anos, nĆ£o deve ser indiciado. O delegado remeteu o inquĆ©rito para avaliaĆ§Ć£o do MinistĆ©rio PĆŗblico, que na sequĆŖncia deverĆ” encaminhar Ć JustiƧa.
O QUE DIZ A DEFESA?
A defesa de Bruno GonƧalves foi surpreendida pela conclusĆ£o do inquĆ©rito e aguarda a manifestaĆ§Ć£o do MinistĆ©rio PĆŗblico para analisar quais procedimentos serĆ£o adotados para esclarecer a dinĆ¢mica do capotamento.
“A defesa foi surpreendida pela conclusĆ£o da autoridade policial, uma vez que efetivamente dos elementos de prova que foram carreados aos autos do inquĆ©rito policial nĆ£o hĆ”, data venia, nenhum elemento contundente que conduza a conclusĆ£o de que houvesse efetivamente uma intenĆ§Ć£o delituosa, dolosa, ainda que na modalidade eventual por parte do condutor do veĆculo.
A defesa entende que os elementos de provas acarreados aos autos baseados tĆ£o somente em dois depoimentos, dentre as inĆŗmeros pessoas que se encontravam no local, alĆ©m de uma anotaĆ§Ć£o em uma ficha de atendimento mĆ©dico nĆ£o sĆ£o suficientes, data venia, com todo respeito a conclusĆ£o do ilustre delegado de polĆcia, nĆ£o sĆ£o suficientes para imputar ao acusado a prĆ”tica de um homicĆdio por doloso eventual.
A defesa vai aguardar o pronunciamento e a manifestaĆ§Ć£o do MinistĆ©rio PĆŗblico, que Ć© o titular da aĆ§Ć£o penal e diante do desenrolar da situaĆ§Ć£o adotar as providĆŖncias cabĆveis para provar efetivamente o que de fato aconteceu naquela circunstĆ¢ncia”, declarou o advogado de Bruno GonƧalves, Alexsander Beilner.Ā
Com informaƧƵes Catve.com