Três universitárias estão entre as 26 vítimas recebidas pela Secretaria de Justiça, Família e Trabalho do Paraná (Sejuf) após serem hospitalizadas com o consumo de bebidas alcóolicas em bares de Curitiba. Segundo a denúncia, as mulheres teriam ingerido taças oferecidas gratuitamente em festas open bar. As denúncias feitas ao Departamento de Justiça/Núcleo do Departamento de Tráfico de Pessoas (DEJU/NETP) apontam que elas podem ter consumido bebidas ‘batizadas’ nos estabelecimentos.
Segundo as vítimas, até determinado horário, o consumo de bebidas era liberado. “Todas as mulheres podiam tomar quantos gins quisessem até às 20h30. Cerca de duas horas depois, passaram a se sentir cansadas, desejando deitar. Em 15 minutos após a ingestão dos drinques, mal respondiam o que lhes eram perguntado, permaneciam com os olhos arregalados, sem conseguir formular frases ou raciocinar. Estavam sem forças para andar, não conseguiam falar. Encontravam-se praticamente desmaiadas, sem forças para levantar. Por volta das 22h, elas começaram a vomitar em quantidade excessiva. Ao se dirigirem ao toalete encontraram outras mulheres igualmente vomitando e muito pálidas”, disse o secretário Ney Leprevost.
Ainda segundo os relatos registrados pela Sejuf, ao solicitarem ajuda à uma segurança do local, obtiveram por resposta que deveriam cuidar dos copos. Elas teriam, então, terminado a noite carregadas por familiares e amigos, dirigidas a hospitais da capital totalmente inconscientes.
No dia seguinte, elas ficaram sabendo que diversas outras meninas tinham passado exatamente pela mesma situação. Concluíram que foram vitimas de bebida adulterada. Esse é o golpe mais recente de que se tem noticia nos relatos feitos ao DEJU/NETP e também nas redes sociais.
Alerta após hospitalização das 26 mulheres
Diante da gravidade dos relatos, o Departamento de Justiça da Secretaria de Justiça, Família e Trabalho do Paraná, criou por meio do Núcleo de Comunicação Social da Sejuf, uma campanha para alertar sobre o golpe da bebida alterada, especialmente nas baladas clandestinas, destacando algumas informações e orientações que ajudam a identificar a ocorrência desse tipo de caso.
“Esta é a maneira que encontramos para alertar os jovens paranaenses que gostam de se divertir e não devem ser expostos à situações perigosas como estas”, observa Leprevost.
O Departamento de Justiça do Paraná recomenda que caso outra pessoa seja vítima, ou presencie, este tipo de crime, procure, primeiramente, atendimento médico. Após, com a cópia do prontuário, realize Boletim de Ocorrência, solicitando exame toxicológico para saber a substância a que foi submetido. E caso tenha conhecimento e alguma vítima, busque ligar imediatamente para o 190, em casos de denúncia anônima 181.
Casas Noturnas
Após a denúncia, a Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) lamentou o ocorrido e disse que essa é uma luta antiga da entidade. “A gente tem brigado para que as bebidas tenham procedência, sejam verificadas por notas fiscais, até mesmo por estarmos perto da Tríplice Fronteira e fácil acesso de bebidas falsificadas. Isso incomoda muito nosso setor, porque empresários sérios buscam trabalhar dentro da legalidade, mas durante a pandemia nós vimos o crescente de festas clandestinas, o que demandou muito esse tipo de bebida, inclusive acredito que possa ter acontecido em um evento assim”, disse o presidente da entidade, Fábio Aguayo.
O presidente da Abrabar ainda confirmou que a entidade irá apoiar a fiscalização e “está do lado da Justiça”.
Da Redação Portal RDX com informações Banda B