Assim que estourou o ataque da Rússia contra a Ucrânia, nesta quinta-feira (24), o embaixador da Ucrânia no Brasil, Rostyslav Tronenko, que está em uma das regiões atingidas, fez contato com a família, que mora em Curitiba.
Logo em seguida, a esposa dele, a curitibana Fabiana Tronenko, usou as redes sociais para relatar todo o desespero e atualizar parentes e amigos sobre a situação no país.
“Amigos queridos, meu marido acabou de me ligar (01:40 am, hora de Brasília), dizendo que a invasão à Ucrânia começou, pedindo para que eu reze muito, mas que procure (na medida do possível), manter a calma. Ele me disse que segundo informações há várias explosões, que são ouvidas em diversas regiões do país!”
“Estou desesperada!”, escreveu ela.
Na manhã desta quinta-feira (24), Fabiana conversou, por telefone, com a reportagem da Banda B, e descreveu os momentos de aflição.
“Acordei com meu marido me dizendo pelo telefone ‘amor, infelizmente estão bombardeando, só pra você saber’”, descreveu.
“Qualquer silêncio se torna desesperador diante de situação tão crítica e caótica, pela não aceitação do fim da União Soviética. É uma situação muito grave e tensa e a Ucrânia não merecia isso. Um governo vizinho querendo conquistar território derramando sangue de inocentes”, disse.
Embaixador no fronte
De prontidão para uma possível convocação para atuar no fronte, o embaixador da Ucrânia no Brasil gravou um vídeo horas antes da invasão ao país, que se consumou no início da madrugada desta quarta-feira, pelo horário de Brasília.
Direto de um cruzamento de Mariupol, na região de Donetsk, cidade a sudeste da Ucrânia, ele afirmou, na ocasião, que havia – até então – uma aparente calma nas ruas e que os moradores mantinham suas atividades normais, apesar do clima tenso diante das ameaças nos dias anteriores.
“Não tem pânico, mas claro que todos estão tensos, porque não podem prever o que vai acontecer e que próximos passos o dirigente russo vai fazer.”
No dia anterior ao da gravação, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assinou um decreto de convocação de homens de 18 a 60 anos para se alistarem, inclusive os reservistas.
“Eu ainda não tenho 60, então isso toca a mim, de estar pronto de pegar as armas e defender nossa pátria. O que faremos com calma, com fé e vamos defender a nossa pátria com arma na mão. Não temos a outra escolha, vamos defender nossa Ucrânia.
Fabiana, que mora com a filha Mariana, em Curitiba, concorda com a visão do marido.
“Acredito que seja uma missão defender a Ucrânia. Se for preciso pegar em arma para isso, a gente sabe da importância”, reforçou a embaixatriz.
Via Banda B
