Aconteceu na noite de quinta-feira (25), uma reunião no Centro de Juventude, com o foco em demonstrar a realidade da cadeia pública de São Mateus do Sul, que no momento encontra-se em situações precárias.
A iniciativa foi do Poder Judiciário e da Polícia Penal, e o evento contou com a presença do juiz criminal, equipe do Departamento Penitenciário (Depen), Polícia Civil, Militar, Conselho da Comunidade e alguns representantes da sociedade civil do município. Apesar do convite ter sido estendido para entidades do município, a participação do público foi baixa para um assunto tão importante como a segurança pública regional, visto que o local recebe presos de diversas cidades da região.
Projeto de reforma
Segundo Marlon Rafael Picioni, coordenador regional da Polícia Penal de Guarapuava – que compreende São Mateus do Sul -, a ideia é implantar no município o Projeto Cidadania, que tem o foco de melhorar a estruturação do local e ofertar condições dignas para cumprimento da pena e dessa forma, garantir maior segurança para a comunidade. Mas para isso, é preciso envolver toda a sociedade para colaboração nesse projeto.
“Realmente a cadeia, nesse período sem nenhuma intervenção ou reformas, está em uma situação crítica e precisa urgente dessa intervenção e apoio de toda a população de São Mateus”, destaca Marlon.
De acordo com os dados apresentados na reunião, a cadeia pública de São Mateus do Sul têm a capacidade para manter 26 presos, porém, chegou ao número de 101 pessoas privadas de liberdade. A superlotação causou danos estruturais e de segurança do local. Existem problemas de infraestrutura e também de saneamento básico.
“45 presos já foram transferidos da cadeia de São Mateus do Sul e mais 20 serão transferidos na semana que vem. Isso nos dará a oportunidade de intervir na parte estrutural, trazendo mais segurança para a população e também para as pessoas privadas de liberdade que estão nesse momento na cadeia”, explica.
Porém, o projeto de reforma ainda não tem uma data de início, pois precisa do apoio da sociedade para a aquisição de materiais que garantirão a reforma do local e intensificação da segurança. Também estão previstos a retirada dos veículos que estão dentro do pátio do Depen para uma melhor reestruturação do espaço.
A mão de obra será feita pelos próprios presos que participam do projeto “Reformando para a Liberdade”, que envolve pedreiros, eletricistas, encanadores e soldadores que estão presos e prestam serviço de reforma em cadeias do Estado. A cada três dias trabalhados, serão descontados um dia da pena. Está estimado um valor médio de R$ 60 mil em materiais de construção que serão totalmente utilizados para a reforma.
“A pessoa presa ajuda o sistema penitenciário e também tem os seus benefícios como salário e remissão da pena”, diz o coordenador.
Os interessados em conhecer sobre a real situação da cadeia pública de São Mateus do Sul e também os que querem ajudar, podem entrar em contato com o Conselho da Comunidade pelo telefone (42) 98875-7979 (Hugo), para maiores informações.