Casos de covid-19 entre pessoas que já haviam tido a doença ou se vacinaram são raros. Mas ocorrem e são motivo de atenção: ainda é cedo para o vale-tudo, para a volta à normalidade absoluta. Diversos estudos detectaram infecções entre 10% e menos de 1% das pessoas já imunizadas, segundo o momento, o coletivo, o local da pesquisa e a pauta de vacinação. Estas pessoas, assintomáticas na maioria dos casos graças à imunidade natural ou induzida pelas vacinas, ainda conservam durante um tempo a capacidade de abrigar e propagar o coronavírus, mesmo sem desenvolverem a doença.
Para evitar o risco de propagação dos contágios, adverte Guillermo López Lluch, catedrático de Biologia Celular da Universidade Pablo de Olavide (UPO), em Sevilha (Espanha), é preciso “alcançar a imunidade coletiva mais ampla possível no menor prazo de tempo”. “É uma corrida contra o vírus”, diz.
O biólogo viu de perto um imunizado sendo infectado. Tratava-se de uma pessoa próxima a ele, de 92 anos e já vacinada com as duas doses prescritas, que precisou ser internado no setor de ortopedia de um hospital de Córdoba, no sul da Espanha. Ao passar por um exame de rotina, deu positivo para covid-19 apesar de não ter sintomas compatíveis com a doença.