Cerca de 20 alunos ficaram feridos após apresentarem queimaduras em um trote realizado na Universidade Federal do Paraná, (UFPR) campus de Palotina, na região oeste do estado. O caso foi registrado na noite de quarta-feira (30).
O trote, segundo a Polícia Civil, foi organizado por alunos do curso de medicina vetrinária para recepcionar os novos estudantes do curso.
De acordo com o delegado de Polícia Civil, Pedro Lucena, que investiga o caso, os veteranos passaram nos estudantes um produto ainda não identificado que estava dentro de garrafas de creolina.
A UFPR informou que abriu um processo para apurar a responsabilidade pelo fato.
Ainda, conforme o delegado, as vítimas que registraram boletim de ocorrência, relataram que inicialmente tiveram que pedir dinheiro pelas ruas da cidade e depois foram levados para um terreno baldio e foram obrigados a se ajoelhar.
Neste local o produto foi jogado no corpo deles. Lucena acredita que além da creolina algum outro produto químico tenha sido usado.
Três suspeitos foram identificados, segundo a polícia.
Estado de saúde dos alunos
O Hospital Municipal de Palotina , para onde foram levados os alunos feridos, afirmou que eles tiveram queimaduras de 1° e 2° grau. Uma aluna, segundo a instituição, chegou a inalar o produto e desmaiou.
Dos 21 estudantes que foram encaminhados ao hospital, 20 foram liberados ainda na noite de quarta-feira (30). A jovem que inalou o produto, segundo o hospital, ficou em observação e teve alta na manhã desta quinta-feira (31).
O que diz a UFPR
A UFPR informou que abriu um processo administrativo para apurar a responsabilidade do trote que lesionou os estudantes de medicina veterinária.
Em vídeo divulgado nesta quinta-feira (31), o reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Marcelo da Fonseca, comentou sobre o caso e afirmou que o fato é ‘injustificável’.
“Apresento minha solidariedade tanto aos alunos e alunas, quanto aos seus familiares que sofreram essa violência injustificável no momento do trote. A insatisfação da universidade é imensa porque temos trabalhado continuamente nos últimos anos para que haja tolerância zero com relação a esse tipo de atitude na recepção dos nossos estudantes. Quero assegurar aos alunos e estudantes, como a toda comunidade que nós faremos uma apuração imediata e rigorosa das responsabilidades para que isso não possa se repetir.”
Conforme a instituição, o estudante ou membro da comunidade que presenciar qualquer ato violento, discriminatório ou constrangedor com relação à recepção dos calouros pode realizar denúncia pelo telefone ( 41) 98402 1131 ou por meio dos endereços de e-mail [email protected] e [email protected].