Um professor de 63 anos foi preso suspeito de abusar de alunas em uma escola municipal do bairro Caratuva, em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Os fatos vieram à tona após alunas relatarem os atos libidinosos. Segundo a polícia, familiares de sete adolescentes registraram boletins de ocorrência.
Após as denúncias, o Ministério Público do Paraná (MP-PR), por meio da 2ª Promotoria de Justiça da comarca, entrou nas investigações e denunciou o professor. Conforme o que apurou o MP-PR, os abusos aconteceram ao longo deste ano.
“O denunciado se aproveitava da tenra idade das vítimas para com elas praticar atos diversos de conjunção carnal, mas todos com intuito libidinoso. Esse tipo de conduta não é tolerada pelo Ministério Público. Tão logo tomei conhecimento, peguei o inquérito policial, analisei e efetuei a denúncia, postulei a prisão preventiva do acusado, a qual foi deferida para que a ordem pública fique tutelada”, disse o promotor de justiça Eduardo Labruna Daiha.
Os atos libidinosos, entre eles toques indevidos e beijos, teriam sido cometidos contra diversas vítimas, que tinham entre 9 e 11 anos. Todas alunas do denunciado.
“Esse tipo de conduta não pode acontecer de maneira alguma, na medida que a criança vai para a escola para estudar, para aprender, a escola tem que ser um local seguro para ela. A partir do momento em que um funcionário da escola se vale da sua condição para efetuar esse tipo de crime, você praticamente acaba com a vida da vítima, a qual se sente insegura de frequentar a escola e esse tipo de crime deixa marcas, sequelas, dentro da vítima durante anos, anos e anos”, enfatizou o promotor de justiça.
O mandado de prisão foi expedido, mas o professor já estava afastado das funções pela Secretaria Municipal de Educação. Ele foi preso em casa, em Colombo, e levado à Cadeia Pública de Campo Largo, onde permanecerá à disposição da justiça.
Em caso de condenação, a pena prevista no Código Penal é de reclusão de 8 a 15 anos, que pode ser aumentada em até dois terços por tratar-se de crime continuado.
O que disse a Prefeitura de Campo Largo
Em nota, a Secretaria Municipal de Educação de Campo Largo informou que recebeu, no dia 14 de agosto, o relato da direção da instituição de ensino onde atuava o professor denunciado sobre possível prática de atos libidinosos praticados contra menores, após interpelação feita pela própria direção com as alunas denunciantes.
“Imediatamente, procedeu a abertura de processo administrativo para apuração dos fatos e no mesmo dia o profissional foi afastado de sala de aula. Além disso, a Secretaria Municipal de Educação subsidiou com informações o Conselho Tutelar e o Ministério Público do Paraná para investigação”, informou a prefeitura.
O processo criminal, que tramita sob sigilo por envolver crianças, impediu que o professor continuasse agindo, pois a situação foi identificada pela direção da instituição de ensino. Segundo a prefeitura, as crianças foram acompanhadas pela rede de proteção, composta por psicólogos, pedagogos e assistentes sociais capacitados no procedimento de Escuta Especializada de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência.