São Mateus do Sul recebeu em 2021 o título de Capital Polonesa do Paraná e um dos pontos que foram levados em consideração para o recebimento deste título foi a permanência da cultura polonesa no município, dentre elas a arquitetura.
Na Rua Paulino Vaz da Silva está presente uma das casas mais fotografadas da cidade por possuir justamente a arquitetura polonesa. A casa, recém-reformada, hoje abriga um escritório de advocacia e é tombada como patrimônio de São Mateus do Sul. Antes de servir de escritório ela também abrigou a Biblioteca Pública da cidade e uma instituição de ensino do setor privado.
A casa não chama a atenção apenas de quem passa pela cidade, mas também àqueles que por meio da Internet encontraram fotografias compartilhadas do local. Esse é o caso de Luiz Jorge Uliniki, natural de Porto União, e que reproduziu a arquitetura da casa usando o papelão reciclado como matéria-prima após observar uma fotografia da casa de São Mateus do Sul.
Luiz é maquinista ferroviário de locomotiva aposentado, e encontrou no trabalho manual uma terapia durante o isolamento causado pela pandemia da covid-19. “Costumo buscar desafios e cada casa pronta, torna se ‘pra’ mim, mais que um troféu”, diz.
De acordo com Uliniki, a intenção é sentir o prazer de voltar ao passado, relembrar velhos imóveis e valorizar a nossa história através da arte. “Não comercializo nem tenho intenção de fazer negócios, porque isso gera muito trabalho e compromisso. Cheguei ao ponto da vida que a paz, sossego, bem-estar, vida tranquila é mais útil”, compartilha.
Uliniki já reproduziu duas versões da casa polonesa de São Mateus do Sul. A primeira, quando ela ainda era pintada de amarela e a segunda, seguindo as referências e cores da casa na atualidade.
O artista participa de um grupo no Facebook dedicado às casas antigas e compartilhou seu trabalho com todos os membros. Além da casa polonesa de São Mateus do Sul, Uliniki também reproduziu casas e lugares históricos de outras cidades.
As belezas precisam ser valorizadas, principalmente numa época em que se dá pouco valor para a preservação histórica, como etnias”, diz.